Segundo o jornal i de hoje, "A Jerónimo Martins anunciou ontem um plano de investimentos de 1700 milhões de euros até 2013. A grande fatia tem como destino a Polónia. Este mercado vai receber 1,3 mil milhões de euros para continuar a expansão da cadeia Biedronka."
António Barreto, o sociólogo que alvitrou já em tempos que "Portugal pode desaparecer" e que agora está à frente da Fundação da Jerónimo Martins, poderia dizer algo sobre isto e principalmente sobre o conceito de patriotismo dos capitalistas portugueses de agora?
58 comentários:
tem dinheiro ?
então é merceeiro
Pois é. Tenho-me lembrado desse prognóstico dele.
Agora não tuge nem muge.
No que, aliás, está bem acompanhado por vasto leque de peritos amordaçados.
Pois eu vejo as coisas de modo diferente.
A capitalista Jerónimo Martins não "ofereceu" 1,3 mil milhões à Polónia, investiu-os.
E como capitalista, investiu-os na mira do "lucro".
Não conheço as linhas com que se cose este negócio, mas parece-me expectável que, em pouco tempo, esteja a lucrar.
E é essa a resposta. É disto que Portugal precisa: semear para colher, já que os negócios de colher sem semear estão difíceis.
Acho óptimo e inteligentíssimo para combater o nosso desemprego.
Invistam todos e metam as divisas em ofshores que o que mais precisamos é de capitalistas apátridas.
Se fossem patrióticos era um perigo. Ainda passavamos todos por "facistas".
O capitalismo é por princípio apátrida. Esta constatação não inclui qualquer juízo ético ou de valor. Pensar o contrário é que é ingenuidade.
O capitalismo são as pessoas.
.
Há pessoas apátridas por ganância. Isso não é o capitalismo- é ganância.
Se lhe derem como horizonte o mundo- a ganância expande-se à escala do mundo.
Isto é globalização e os estes indivíduos nem portugueses são.
Mas a parte engraçada é acreditar-se que um país vive de gente muito rica lá fora.
Internamente serve para baixar as calças aos estrangeiros e ainda assim não chega para dar emprego a uns 20%.
Portanto, imagino que por esta lógica quando o desemprego atingir uns 30% estamos no bom caminho- desde que haja capitalistas a investirem lá fora.
Lamento mas o capitalismo nunca foi sobre pessoas mas sobre lucros ou mais-valias. E´evidente que os hiper-merceeiros quando observam o seu modelo de crescimento que se baseia nas intermediações em mercados internos esgotado optam racionalmente por outros mercados.
Então o que eram os nossos capitalistas que até forneciam casas, creches, escolas às operários?
Então, se assim fosse, como é que a Espanha tinha recuperado da guera?
Ou a Espanha recuperou da guerra, investindo no estrangeiro?
Não foi por proteccionismo? qual o país que existe sem investimento interno e defesa do que é seu?
O que o José recordou foi isto- não era assim.
Claro que eu penso que o José tende a minimizar o efeito globalização e UE.
Esses eram poucos e na sua maioria suecos com outra percepção da dimensão humana. Mas também só cá estiveram enquanto as suas industrias (textil e fosforos) deram lucro. Depois deslocalizaram para a China onde se encontra a maioria da indústria sueca. E já não há casas,nem creches para ninguém.
O proteccionismo é uma impossibilidade do passado.
Não se trata de optar racionalmente. trata-se da fuçanga não ter limite.
E trata-se de não existirem políticas de defesa do que é nosso.
Antes pelo contrário- as políticas que existem são precisamente as que eu disse- baixar as calças aos estrangeiros, dar-lhes regalias que mais ninguém tem e ainda andar, ó tio, ó tio a ver se isto fica mais miserável para poderem retirar mais valias.
Por este andar vai ser lindo. É que vai mesmo.
E é estranho como da escardalhada à neotontice a cartilha agora seja esta.
Parece que acreditam que se pode viver do ar ou então do RSI.
E, se o capitalismo tem forçosamente de ser essa mais valia sem pátria (o que é falso e não e assim, de todo o modo em todo o lado, e não era assim quando tínhamos capitalismo) o que será o "anti-capitalismo".
Que raio de "sistema" será esse? Terá pátria ou é a Internacional proletária?
Não é. Acreditar-se nisso é acreditar-se que o curso da História é sempre a eito- sempre em frente, por somatório do estado presente, apontando para o mesmo no futuro.
Eram poucos?
Pois então devias aproveitar os levantamentos do José para os contar e comparar com os que temos agora.
Mas ninguém disse que tem de ser o oito ou oitenta, que diabo!
Não viveste o capitalismo da ditadura? acaso implicava proibição ou fechar portas a capitalismo estrangeiro?
Não! o que se disse neste post é o panorama de mudança e de desaparecimento de Portugal.
E quem o disse foi o que agora vive lá colado a este capitalista "racionalista de investimento lá fora".
Lembro-me que pensei no assunto na altura mas até o VPV achou que não fazia sentido.
Pois... está à vista...
O que é isso de políticas que defendam o que é nosso?
A ver se nos entendemos.
Sendo a Jerónimo Martins uma empresa portuguesa:
Vender mercearia, ou produtos de supermercado, alguns deles importados, a portugueses, não acrescenta valor a Portugal.
Por outro lado, vender os mesmos produtos (talvez alguns portugueses) a estrangeiros, e ter lucro nisso, acrescenta valor a Portugal.
Mas o que eu estranho é outra coisa- é como aparecem comentários a considerar esta via a boa via para Portugal.
Eu acho que se destrui a Nação. É isto- os tugas nem alemães são, nem holandeses, nem espanhois nem a puta que os pariu.
Fizeram-lhes crer que podiam ser "amaricanos" - tudo em escala hipermercado.
É é por isso que depois parece que têm nojo ao seu próprio país e já digam que o futuro é entregar isto à macacada e emigrar.
Muito mais grave do que isto é uma empresa exportadora de grandes equipamentos como a EFACEC e presidida por um ex-ministro montar fábricas de greadores elétricos no estado de Nevada. Menos uns M que exportamos.Ou a EDP que até é pública montar várias fábricas num investimento colossal de energia solar e eólica nos EUA.
O nosso mercado é diminuto e cada vez mais raquítico. E a alternativa seria uma coisa semelhante à ex-Albânia.
E ue vou atirar uma boutade. É mesmo inconsequente e nem sequer muito pensada.
Mas eu acho que o facto dos tugas abrilistas (os tais filhos da democracia) preferirem este panorama de dissolução do seu país desde que haja riqueza individual lá fora, prende-se com o trauma do "facismo".
O facismo significa o oposto- significa a Pátria, a Nação os valores, em detrimento do neutro, do terraplanado, do estrangeirado.
E as pessoas têm medo desse facismo quando no mundo que temos pela frente nem lugar para verdadeiro fascismo nacionalista existe.
Existe o internacionalismo- a hidra de mil cabeças invisíveis.
Defender-se o que é nosso pode ser o que faz o governo alemão que se reune com os seus empresários para estratégias de defesa conjunta.
Um perigo- facismo! o Estado a intervir- a orientar- the horror! the horror! bué de bom é o caos e cada um que se amanhe.
Pois é. De acordo. Vai no espírito do tempo- agora é assim.
Foi isso que eu disse- aceita-se por trauma do passado e por os tugas terem perdido a sua identidade.
É mesmo uma boutade porque a economia global a hidra é irrefutável.
A não ser que uma crise global nos faça regressar à autarcia.
É raquítico porque o mataram! É iso que o José diz.
Eu só tenho umas pequenas divergências porque penso que a puta da globalização e da UE fizeram o resto.
É pegar na História da Jerónimo Martins que é uma mini-lição:
http://www.jeronimomartins.com/pt/grupo/historia_grupo_1944.html
é irrefutável como? Nunca existiram civilizações a ir à vida? é isso?
Estamos numa napoleónica? atingimos o topo da pirâmide e agora só resta fazer o mundo todo igual?
Dá-me ideia que essa noção de História anda muito napoleónica, mesmo. Sempre em frente, nada mudo, tudo se aponta para o Fim da História e vai ser por esta via, porque sim.
Porque é a experiência do presentinho de cada um, esquecendo até grande parte da vida passada. É a História feita jornalismo diário.
Tem calma. Também há o inverso da questão: 14% do PIB português é representado por uma fábrica alemã a Autoeuropa. Muitas parcelas agrícolas do território nacional têm sido valorizados por holandeses, etc.
No limite se não fossem os franceses Portugal não teria existido.
Que engraçado. E nem há sombras de crise global.
Cadê a crise... só vejo o Paraíso ao dobrar da esquina...
O que quero dizer é que já não há lugar para economias fechadas. Nem gosto nada do Fukuyama.
Pois. E essa puta da autoeuropa entrou cá com que privilégios?
Foi exactamente isso que eu disse- vendeu-se a pátria aos colonialistas do Império a troco de missangas.
E vai vender-se mais. Vai ser mesmo a abertura da época de saldos.
E só facilidades para ver se vêm muitos.
Se for preciso até se exportam tugas para Angola, para a baía de Luanda, para fazerem companhia à escravatura chinoca.
Em troca de eles virem "desenvolver a Nação".
Pois a crise é a interrogação que está no horizonte. Pode ser ser global e financeira duma dimensão tal que trave este impeto globalizador. Mas só temporariamente.
Já não há lugar até deixar de haver lugar para muitos e por aí só me cheira a abates.
Vai ser cada abate que faz favor. É no que dão os mitos das irmandades- tudo o que se quer misturar em excesso provoca reacção contrária.
Zazie,
A puta da Auto europa dá emprego directo e indirecto a muita gente e com salários decentes. Muito melhor do que o patrão luso-bronco condutor de escravos. E contribui para a riqueza nacional.
O partido do Timo Soini, já agora, como é que se enquadra nessa visão em que nada muda?
Viessem muitas auto europas e país estaria bem.
Um exemplo do contrário disso era o paradigma de Sócrates:
Dinheiro pedido emprestado ao estrangeiro, investido em autoestradas supérfluas e obras megalómanas, que valor acrescentava a Portugal?
Emprego, é verdade, e infraestruturas de valor mais que duvidoso, como o famoso aeroporto de Beja.
O valor do investimento mais os respectivos juros valem isso?
Voltando ao caso JM: do ponto de vista nacional, vender bens de consumo a portugueses é tirar de uns bolsos portugueses e meter noutros bolsos portugueses.
Vender bens de consumo -e ter lucro- na Polónia ,é tirar de bolsos polacos e meter em bolsos portugueses.
Não. O patrão luso não tem de ser bronco nem tem de ter condições inferiores aos privilégios estrangeiros.
Ou o mito do patrão luso ainda é esse do programa do MFA e que levou o Vasco Gonçalves a dizer lá fora que estávamos no bom caminho porque estávamos a exterminar os capitalistas?
Não conheço bem as propostas do Timo Soini. Sei que é um nacionalista. E forte crítico do papel da finança.
A propósito sabes qual é o banco europeu mais exposto à dívida grega? O BCP.
Mas alguém acredita que o Sócrates alguma vez teve paradigma para Portugal?
Por favor... juizinho na cabeça.
Paradigma. Essa é anedota. Já lhe ouvi chamar muitos nomes, agora paradiga é que nunca.
É o paradigma ciganagem e sacar enquanto se pode. É c+a um paradigma macro-económico e filosófico que faz favor...
Wegie, a fábrica de transformadores da EFACEC é na Georgia. Também estiveram em grande na China, mas sairam, com resultados bem duvidosos.
O Dias Santos explicou bem aquilo que parece um paradoxo. De qualquer forma as cadeias portugueses de hipers esgotaram a sua margem de crescimento em Portugal. Só a Lidl está em condições de aumentar a sua quota.
E o exemplo que o Dias Santos deu nem foi inventado pelo Sócrates- Isso de se trocar a economia por fundos comunitários e auto-estradas foi o cavaquismo.
Para sermos rigorosos.
Concordo, Zazie. Paradigma é demais. Essa abécula não merece tanto.
Pois. Por isso é que eu disse que tenho umas ligeiras divergências com o José por me parecer que a UE e a globalização deram uma bruta forcinha.
Com Sócrates não foram fundos comunitários. Foi dinheiro emprestado mesmo.
Na Geórgia pois. E a EFACEC também recebeu privilégios para instalar a fábrica como é normal.
Foi atirar ao ar entre a máfia e ver quem agarra.
Nem em África se faz assim. Esses ainda têm lá umas cenas de investir nuns tipos com mais QI para depois voltarem e tal e coisa...
Nem os sobas africanos se portaram como os nossos.
E as autoestradas do Cavaco, pelo menos são usadas. E antes delas havia estradas esburacadas.
Sócrates fez autoestradas ao lado das já existentes e faria muito mais se o deixassem.
O melhor é não falar de coisas tristes que esperemos que passem à história. Mais interessante o que se segue e as alternativas.
Pois o Lidl.
Os lucros a correrem para a Alemanha, coitadinha
Hoje estive a ler um livro muito elucidativo : O Estado Gordo de João Caupers. Fiquei a saber por exemplo que temos seis 6 polícias secretas. Um país assim não pode sobreviver.
São usadas pelos carros que os alemães impigiram para cá.
E estão às moscas e com PPPs de saque.
É tão grande utilidade que os boches, antes do empréstimo, já faziam filmes para doutrinar a população, mostrando as estradas tugas vazias e os estádios de futebol sem ninguém.
E isto na tv. Para se baldarem a empréstimo. Nunca se lembraram foi de filmar as marcas dos carros.
Exacto Dias Santos: Mas o Lidl já liquidou o Walmart em toda a Europa e tem margens com as quais as cadeias portuguesas não conseguirão competir. O dinheiro lá escorrerá para a Alemanha.
6 polícias secretas? como assim? eeheh se nem temos chuis de giro para o que é preciso.
Devem ser os guarda-nocturnos que passaram à clandestinidade.
Nunca minimizar o espírito clandestino da nossa democracia-
Até os governos da oposição nem a sombra chegam- ficam sempre escondidos na clandestinidade para só se votar o mais possível de cruz no "lider".
Recomendo a leitura do livro. É impressionante.
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