Barcelos, 03 jun (Lusa) -- O secretário-geral do PS foi hoje forçado a interromper a sua intervenção por alguns segundos no comício de Barcelos quando, do exterior, atiraram para a tribuna e para o palco alguns ovos.
Nenhum dos ovos acertou em dirigentes socialistas e José Sócrates procurou desdramatizar o que aconteceu, deixando um apelo aos apoiantes que encheram a praça central de Barcelos: "Não se preocupem com isso".
Perante os incidentes, enquanto discursava, Sócrates salientou que o PS "é o partido da tolerância, mas, infelizmente, ao longo desta campanha, temos assistido a incidentes daqueles que criam um clima de ódio e que tentam impedir o direito constitucional de reunião do partido".
"Ocorre-me sempre pensar em que escola democrática foram formados. Não foi seguramente na escola do PS", declarou, recebendo uma prolongada ovação.
Obviamente os lançadores de ovos não foram identificados, mas tendo em conta o padrão deste indivíduo que discursava é de aceitar como hipótese a vitimização provocada. Não admiraria nada.
Vasco Pulido Valente no Público de hoje escreve que nunca viu nos anos de democracia em campanha eleitoral o aparato de segurança deste primeiro-ministro em campanha. A concha de escolta que usa em todas as deslocações impressionou o cronista ao ponto de dizer que "fica separado dos portugueses como antes ficou separado da realidade."
De facto dar com o Olrik ( Almeida Ribeiro, o técnico das operações especiais no governo) a sair de um carro de campanha é extraordinário o que só pode significar uma coisa: para grandes males, grandes remédios. Ovos? Quem se lembrou disso?!
Na Segunda-feira, Olrik desaparece de cena, tal como nas aventuras de Balke & Mortimer. Mas tal como noutra série de ficção, James Bond-007, para a "essência do mal", "O amanhã nunca morre".