domingo, junho 19, 2011

O jogo de palavras

Carlos Anjos ( ex sindicalista da PJ e actual presidente da Comissão de Protecção às vítimas de crime), hoje ao Correio da Manhã:

"Aquilo que é facilmente constatável é que o procurador e algumas das suas decisões têm sido demasiado controversas e até difíceis de explicar. A sensação que transparece para a opinião pública é que em alguns momentos o PGR passou a jogar um jogo, e não deveria."

Uma afirmação destas, "jogar um jogo", é um simples eufemismo que estas pessoas gostam de usar em jogos de palavras. Jogam por assim dizer em dois tabuleiros: no da denúncia de uma malfeitoria presumida ou assumida e no da desresponsabilização pelo que dizem.
Evitam assim o escândalo de uma afirmação clara e inequívoca e passam a mensagem encriptada em declarações que toda a gente julga perceber mas que lhes serve de protecção contra danos pessoais e de carreira.
Porque é que Carlos Anjos não diz explicitamente que "jogo" é que o PGR jogou em "alguns momentos"? Custa-lhe assim tanto dizer? Poderemos interpretar que foi o jogo político mais conveniente ao poder que estava ou deveremos pensar que foi o de tentar capturar o poder interno na PGR, de modo ainda mais autárcico do que ainda é?


16 comentários:

Wegie disse...

Todos os países possuem os seus heróis judiciários, desde o já clássico Maigret ao DSI Linley ao meu muito amado Kurt Wallander. Porque é que aqui, neste sítio, quando se fala em investigadores criminais aparece sempre um gordo, seboso e bronco? Assassina qualquer hipótese de romance policial português.

Wegie disse...

Já que ninguém diz nada porque obviamente um post que não verse sobre as meninas do CEJ é desinteressante, eu penso que o confrade das beiras andou "as usual" ao serviço do poder político. Quanto à autarcia da PGR, não se pretende que seja autónoma?

Floribundus disse...

em Roma havia dois deuses para os peidos
Perfidus para os silenciosos
Flatus para os barulhentos

no jornal da besta fubana vem o poema
'o peido que a nêga deu quasenão cabia no cu'

dedicado aos jogos deste e de outro magistrado do stj

Wegie disse...

José,

Já viste o ultra-jacobino no sine die a fazer coro contigo? Something's wrong...

joserui disse...

Eu digo alguma coisa! Do CEJ já se viu que não dou uma para a caixa, se bem que desconfio de uma diferença de fundo com o José e a Zazie (a mesma da Wikileaks). Mas ia dizer... O Nero Wolf era gordo, não sei se seboso. E nunca saía de casa. Mas gostava de orquídeas! -- JRF

joserui disse...

"Já viste o ultra-jacobino no sine die a fazer coro contigo? Something's wrong..."
Hehe. Tá mau... acho que me lembro de ter dito algo parecido com as Wikileaks... tipo que não gostava das companhias ou assim. Hehe. -- JRF

Wegie disse...

joserui,

Mas o Archie Goodwin era o contrário. Por isso era o personagem principal dos livros do Rex Stout. O Nero Wolf só fazia a contraposição nos momentos críticos.

joserui disse...

Hehe... é verdade isso! Estava a tentar ser positivo para o futuro personagem do policial português... -- JRF

josé disse...

O ultra-jacobino ainda tem bom senso.

Balha-nos isso.

Malha-nos Deus!

josé disse...

Mas falando sério o Maia Costa não é jacobino. É um pouco pior...é de esquerda genuína.

Wegie disse...

Eu ainda não atinei bem com a tua nosologia. Será assim?

Comunistas, esquerda genuína(?) e o resto são jacobinos.

Malha-me Deus!

josé disse...

Um comuna não é jacobino necessariamente.
Um jacobino é especimen específico.

josé disse...

PCP e BE = esquerda genuína, anti-Bayer.

O resto é paisagem.

josé disse...

Ao minuto 00:38 deste video pode ver-se um mânfio lá atrás a falar com um outro de polo verde...

S.T. disse...

http://www.ionline.pt/conteudo/131375--paulo-morais-parlamento-tem-sido-centro-corrupcao-em-portugal

Karocha disse...

eheheh!

E o Philo Vance?

E o Ripley... talentoso :-)

A obscenidade do jornalismo televisivo