domingo, junho 19, 2011

O jogo de palavras

Carlos Anjos ( ex sindicalista da PJ e actual presidente da Comissão de Protecção às vítimas de crime), hoje ao Correio da Manhã:

"Aquilo que é facilmente constatável é que o procurador e algumas das suas decisões têm sido demasiado controversas e até difíceis de explicar. A sensação que transparece para a opinião pública é que em alguns momentos o PGR passou a jogar um jogo, e não deveria."

Uma afirmação destas, "jogar um jogo", é um simples eufemismo que estas pessoas gostam de usar em jogos de palavras. Jogam por assim dizer em dois tabuleiros: no da denúncia de uma malfeitoria presumida ou assumida e no da desresponsabilização pelo que dizem.
Evitam assim o escândalo de uma afirmação clara e inequívoca e passam a mensagem encriptada em declarações que toda a gente julga perceber mas que lhes serve de protecção contra danos pessoais e de carreira.
Porque é que Carlos Anjos não diz explicitamente que "jogo" é que o PGR jogou em "alguns momentos"? Custa-lhe assim tanto dizer? Poderemos interpretar que foi o jogo político mais conveniente ao poder que estava ou deveremos pensar que foi o de tentar capturar o poder interno na PGR, de modo ainda mais autárcico do que ainda é?


Questuber! Mais um escândalo!