Na sequência do escândalo News of the world, os ingleses andam às voltas com mais escândalos, atiçados por um e outro lado das barricadas políticas.
O último e mais apimentado tem a ver com alegações do jornal Sun de que Tom Baldwin, antigo jornalista de investigação e importante spinner dos trabalhistas, será consumidor de cocaína e contratou um detective privado para espiar contas bancárias de um apoiante da então oposição conservadora, o que foi denunciado por um opositor político.
Por cá não há nada disto, pois não? Políticos consumidores de cocaína, haverá, no nosso país? Alguém os conhecerá? E políticos que se entretenham a espiar adversários também não houve pois não?
Talvez que em Portugal falte apenas um The Sun porque o nosso Sol já empalideceu há muito. Ou um Sunday Times, porque o nosso Expresso é um rodeo de cretinice...ou afinal apenas um Lord Ashcroft que se digne passar por garganta funda.
Pedro Lomba no Público de hoje torna-se muito púdico com estas coisas privados dos políticos. Acha tudo uma devassa evitável e cita o caso particular de um Mark Twain apeado da política por ter telhados de vidro imaginários.
Sobre este assunto há sempre alguém que se escandaliza com os escândalos das pessoas públicas que mandam nos outros: geralmente os próprios e os beneficiários das suas actividades governativas.
Por cá, o modo mais simples e directo de controlar tais desaforos é vulgar e conhecido: controlar os media directa ou indirectamente é um deles. Com Censura Prévia, como dantes; ou com censura interna e interiorizada, como agora. Outro é controlar os órgãos de supervisão democrática, colocando nos lugares de chefia pessoas de confiança.
Tudo isso se passa no Portugal dos dias que passam. Portugal é muito menos democrático que a Inglaterra. Muito menos livre e muito menos próspero também.
Pretender capar a liberdade de informação sobre escândalos políticos pode apenas ter uma justificação: evitar a difamação e a desonra injusta. Ou seja, evitar as mentiras. O que é louvável e defensável.
Mas...e se se der o caso de as mentiras assim se poderem ocultar e vicejarem ainda mais, prejudicando de modo grave e irreparável o interesse colectivo consensual e democrático?
Qual o papel da Imprensa em Portugal? Embrulhar peixe, como antigamente e agora nem sequer?
O último e mais apimentado tem a ver com alegações do jornal Sun de que Tom Baldwin, antigo jornalista de investigação e importante spinner dos trabalhistas, será consumidor de cocaína e contratou um detective privado para espiar contas bancárias de um apoiante da então oposição conservadora, o que foi denunciado por um opositor político.
Por cá não há nada disto, pois não? Políticos consumidores de cocaína, haverá, no nosso país? Alguém os conhecerá? E políticos que se entretenham a espiar adversários também não houve pois não?
Talvez que em Portugal falte apenas um The Sun porque o nosso Sol já empalideceu há muito. Ou um Sunday Times, porque o nosso Expresso é um rodeo de cretinice...ou afinal apenas um Lord Ashcroft que se digne passar por garganta funda.
Pedro Lomba no Público de hoje torna-se muito púdico com estas coisas privados dos políticos. Acha tudo uma devassa evitável e cita o caso particular de um Mark Twain apeado da política por ter telhados de vidro imaginários.
Sobre este assunto há sempre alguém que se escandaliza com os escândalos das pessoas públicas que mandam nos outros: geralmente os próprios e os beneficiários das suas actividades governativas.
Por cá, o modo mais simples e directo de controlar tais desaforos é vulgar e conhecido: controlar os media directa ou indirectamente é um deles. Com Censura Prévia, como dantes; ou com censura interna e interiorizada, como agora. Outro é controlar os órgãos de supervisão democrática, colocando nos lugares de chefia pessoas de confiança.
Tudo isso se passa no Portugal dos dias que passam. Portugal é muito menos democrático que a Inglaterra. Muito menos livre e muito menos próspero também.
Pretender capar a liberdade de informação sobre escândalos políticos pode apenas ter uma justificação: evitar a difamação e a desonra injusta. Ou seja, evitar as mentiras. O que é louvável e defensável.
Mas...e se se der o caso de as mentiras assim se poderem ocultar e vicejarem ainda mais, prejudicando de modo grave e irreparável o interesse colectivo consensual e democrático?
Qual o papel da Imprensa em Portugal? Embrulhar peixe, como antigamente e agora nem sequer?
8 comentários:
o socialismo é como os cadáveres, um estado definitivo.
até os elogios cheiram a cerimónia fúnebre.
a comunicação social é subserviente aos auto-denominados socialistas
no socialismo
«todos iguais,
todos deferentes»
PQP
O Mark Twain do Tom Sawyer até teve alguma razão: declarou um dia que as notícias sobre a sua morte eram um pouco exageradas.
Caro José, sou grande admirador do seu blog (por várias razões que um dia lhe direi) mas sugiro calma com a questão da vida privada. Aquilo que Sócrates chamava vida privada não era evidentemente vida privada. Era vida pública. Mas não recomendo os métodos do Senhor Murdoch em Portugal. Cumprimentos,
José,
Comenta este:
"A PIDE/DGS acreditava que havia uma conspiração do Opus Dei para dominar o regime do Estado Novo. A polícia política estava convicta que, tal como já conseguira na Espanha de Franco, José Maria Escrivá, o polémico fundador da Obra, queria conquistar as elites que apoiavam o regime de Oliveira Salazar.
Esta investigação histórica apresenta uma tese conspirativa que envolveria a Irmã Lúcia, o domínio do poderoso Banco da Agricultura e uma aliança tácita, que só acabou frustrada, com o cardeal patriarca Gonçalves Cerejeira.
Os relatórios confidenciais da PIDE/DGS revelam mais de 30 anos de infiltração silenciosa do Opus Dei em Portugal e mencionam as tentativas de recrutamento de nomes como Marcello Caetano ou Adriano Moreira.
Apostila - A livraria Almedina Estádio Cidade de Coimbra acolhe hoje segunda-feira, dia 11 de Julho, pelas 21h, o lançamento de “Salazar e a Conspiração do Opus Dei”, da autoria de António José Vilela e Pedro Ramos Brandão. O docente e escritor António Chaves Fidalgo apresenta a obra. A entrada é livre."
Já há poucos jornalistas em Portugal, a grande maioria, são moços de recados, pagos ao dia.
Em Portugal, a verdade, foi confiscada.
Os orgãos de formatação, limitam-se, a indicar á "opinião publica", o que vale ou não a pena, professando a imbecilidade do pensamento único.
Quanto ao saber-se se os políticos "consomem" drogas o melhor é mandar os cães da GNR ao parlamento.Afinal se a justiça é igual para todos e tratando-se de dar o exemplo de "limpeza" esperemos que a Presidenta os chame um dia...
E digo já que tendo em atenção a unanimidade de certas Leis aprovadas, como por exemplo a da Nacionalidade, aquilo meteu uma dose muito elevada...
Os súbditos de Sua Majestade deram por outro lado uma grande lição aos comentadores caseiros amigos do segredo de justiça e da não divulgação de "conversas telefónicas" ditas "particulares". Afinal é simples escutar meio mundo.E se por cá não escutavam vão certamente passar a escutar porque toda a rapaziada é adepta das novas tecnologias...
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