Para quem anda esquecido ou nunca se lembrou de perguntar ou saber, em Abril de 1985, já lá vão 26 anos ( é muito tempo...) os portugueses, tendo à cabeça Ernâni Lopes e outros responsáveis no governo de então e fora dele ( António Marta), negociaram a adesão de Portugal à CEE em moldes que implicavam a desistência da agricultura como a tínhamos e poderíamos vir a ter. Escolhemos antes os "fundos estruturais" para construir grandes obras e estradas em triplicado. Foi uma opção consciente, pensada e decidida pelo poder político de então, no qual o presidente da República estava e viria a estar num papel de relevo importantíssimo. A aposta na desistência da agricultura ( e pescas) não pode ser esquecida mas deve ser lembrada aos vindouros, com menção explícita de quem foram os seus autores directos e indirectos.
O povo, quanto a isso, não foi visto nem achado porque nunca houve referendos ou eleições para tal escolha. Foram os habituais génios da pátria, sempre beneméritos, quem escolheu. Parece que mal. Mas apesar disso, em vez de pedirem desculpas ao povo e recolherem ao anonimato, castigo merecido de quem arruína uma nação, ainda se proclamam os seus salvadores e oráculos.
Ainda não vi nem ouvi nenhum desses senhores e senhoras a dizer publicamente: errámos. Pedimos desculpa porque a nossa vida de privilégios na função pública e cargos de prebenda assentou nesses erros e não a merecemos. Nunca pedirão desculpa nem sequer aludirão ao facto porque como se sabe, nunca se enganam e raramente têm dúvidas. Ou vice-versa.
O único que vislumbrou as asneiras grossas que se fizeram foi Eduardo Catroga. Disse há pouco tempo que nos últimos 15 anos "a geração dele só fez porcaria". O problema é que deveria ter ido um pouco mais atrás. Uns dez anitos antes...
É ler o resumo do acordo de adesão para entender como foi e porque foi. Clicar na imagem da Grande Reportagem de 4.4.1985, a qual na capa alvitrava o fim do fado...
O fado é um espelho da nossa tragédia colectiva, da nossa saudade de um futuro que nunca se cumpriu como devia apesar das promessas sempre renovadas de quem nos desgraçou.
O povo, quanto a isso, não foi visto nem achado porque nunca houve referendos ou eleições para tal escolha. Foram os habituais génios da pátria, sempre beneméritos, quem escolheu. Parece que mal. Mas apesar disso, em vez de pedirem desculpas ao povo e recolherem ao anonimato, castigo merecido de quem arruína uma nação, ainda se proclamam os seus salvadores e oráculos.
Ainda não vi nem ouvi nenhum desses senhores e senhoras a dizer publicamente: errámos. Pedimos desculpa porque a nossa vida de privilégios na função pública e cargos de prebenda assentou nesses erros e não a merecemos. Nunca pedirão desculpa nem sequer aludirão ao facto porque como se sabe, nunca se enganam e raramente têm dúvidas. Ou vice-versa.
O único que vislumbrou as asneiras grossas que se fizeram foi Eduardo Catroga. Disse há pouco tempo que nos últimos 15 anos "a geração dele só fez porcaria". O problema é que deveria ter ido um pouco mais atrás. Uns dez anitos antes...
É ler o resumo do acordo de adesão para entender como foi e porque foi. Clicar na imagem da Grande Reportagem de 4.4.1985, a qual na capa alvitrava o fim do fado...
O fado é um espelho da nossa tragédia colectiva, da nossa saudade de um futuro que nunca se cumpriu como devia apesar das promessas sempre renovadas de quem nos desgraçou.