Como cereja no topo do bolo destas opções intelectualmente miseráveis e que irão conduzir o jornal a um fosso cada vez maior, escolheu um historiador mais "à maneira". Um intelectual académico, cujo pensamento resumido sobre a sociedade portuguesa contemporânea pode ser lida numa pequena entrevista que concedeu. Sobre o "fassismo" português, o historiador não tem dúvidas, como Eduardo Loureço não tinha:
"É claro que houve fascismo em Portugal. O salazarismo foi a adequação que as direitas portuguesas fizeram de um modelo fascista à conjuntura portuguesa. Neste livro sustento que o salazarismo é claramente o fascismo.
António José de Brito, que se assume como fascista e de extrema-direita , diz que há apenas afinidades entre o Estado Novo e o fascismo.
A ultradireita do regime defende isso. Não nos esqueçamos de que Jaime Nogueira Pinto sustentava a tese, em 1971 ou 1972, de que Marcelo Caetano era um criptocomunista… Melhor que António José de Brito, José Hermano Saraiva, em determinado momento, chegou a dizer que Salazar teria sido um antifascista, porque teria mandado prender fascistas. O Hitler mandou matar nazis, não é nazi, está visto; Estaline mandou matar 700 mil comunistas, entre 36 e 38, então não é comunista. Isto é absurdo, é óbvio que a pluralidade interna do regime incluía sectores, sobretudo da área intelectual e sectores de uma pequena burguesia mais moderna que do ponto de vista cultural imitava directamente o caso italiano ou caso alemão.
É isto um historiador! E do género dos que o Público afeiçoa: um perfeito jacobino.