quinta-feira, abril 19, 2012

Dois candidatos ao Constitucional escolhidos pela Maçonaria do GOL

Pedro Lomba apelidou-as, no Público, de "duas bizarras escolhas", explicando, no limite da parrésia:

"Com o devido respeito pelos visados, os ingleses têm uma palavra para isto: cronyism. Ou parafraseando Eduardo Catroga: estão a “abandalhar” o Tribunal Constitucional. Nos Estados Unidos, quando Bush quis nomear para o Supremo a sua amiga e conselheira Harriet Miers, até aos republicanos custou engolir o que era notoriamente uma nomeação imprópria e clientelar. Perante as críticas, Bush retirou depois a escolha. Mas entre nós não se ouvirá um sino. Batemos no fundo. "

Hoje o Público anuncia que os dois candidatos- Paulo Saragoça da Mata ( que de repente ganhou mais um t no apelido) e José Conde Rodrigues pertencem ambos à maçonaria do GOL, o antro sustentado por colunas essencialmente jacobinas, do PS.

Há algum tempo foi objecto de discussão pública a questão da pertença às maçonarias de pessoas designadas para lugares em instituições do Estado. O problema residia na prevalência dessa qualidade nas escolhas efectuadas, porque as maçonarias metem bedelho em tudo o que cheira a Estado: Segurança, Legislativo, Executivo e Judicial.
É demais esse poder fáctico que se pretende de simples influência humanística e sem interesse material algum. Só os ingénuos e néscios acreditam nisso, daí que se tenha estabelecido o círculo vicioso que a viúva alimenta: quem quiser progredir no Estado tem óbvia vantagem em se associar à dita e uma vez lá instalados cooptam outros irmãos que assim replicam o efeito perverso.
Ambicioso que se preze, preza sempre uma uma obediência qualquer e o GOL é a maior delas todas.

O "abandalhamento" do Constitucional, aliás, não se fica por estes tristes episódios com epicentro no grupo restrito dos líderes parlamentares do PS e do PSD e respectiva entourage. Eles próprios são oriundos das lojas maçónicas e portanto a discussão que em tempos houve já está morta e enterrada há muito. Adormecida, seria a expressão adequada.
A desfaçatez com que as maçonarias actualmente se movimentam na sociedade portuguesa, no âmbito político-institucional-empresarial, assume foros de pouca-vergonha e escândalo, mas tanto lhes faz: daqui a dias ninguém mais fala no assunto e fica outra vez adormecido. Mais: aposto que com estes escândalos, as visitas à viúva sempre inconsolável aumentaram exponencialmente. Mas é insaciável...

Aditamento:

Saragoça da Mata retirou a candidatura. Ainda bem. É um sinal de dignidade que só fica bem. Não me parece que fizesse um bom lugar, mas não era pior candidato do que alguns que ainda lá estão...

Questuber! Mais um escândalo!