domingo, abril 15, 2012

Vá lá, ainda sobra alguma lucidez.

Passos Coelho à Veja:

"Os desequilíbrios existentes em Portugal são resultado de más decisões tomadas por nós mesmos. Usámos mal o dinheiro, seleccionámos mal os projectos de obras públicas, aumentámos os impostos, não abrimos a economia. Os líderes europeus não agravaram os nossos problemas, pelo contrário, ajudaram-nos", afirmou Passos Coelho à revista "Veja", distribuída no sábado no Brasil.

Agora só falta dizer quem errou. Dizer concretamente se foi a ou b, porque não foi o povo quem errou, tirando o pormenor das eleições...
Por exemplo, dizer qual o papel dos Cravinhos, Constâncios, Guterres, Sócrates, dos lados dos socialistas; Cavaco, Barroso, Santana, mais os seus mágicos ministros, do lado dos social-democratas.
E do lado da sociedade civil, o inefável Ricky. Espírito Santo, entenda-se.
Apontar nomes tem um efeito: ajuda a clarificar os erros e a evitar que os mesmos voltem a errar. E tem uma função que a nossa sociedade carece: responsabilizar politicamente, ou seja, a famosa responsabilidade que nunca opera porque as eleições mascaram sempre o efeito.
Por isso mesmo temos sempre os inevitáveis Assis, os Costas do castelo de cartas, os Marques Mendes e tutti quanti.

2 comentários:

Floribundus disse...

como consta ter dito o meu comprovinciano Manuel Brito Camacho

«a merda é sempre a mesma,
só mudam as moscas»

de 0,1 a 100% há para todos os gostos

ferreira disse...

Pois falta dizer quem errou.

Mas sobretudo falta começar a corrigir os erros.

Não foi o povo quem errou, mas é o povo que está a pagá-los.
Passos Coelho também diz e rediz que tirou os 13º e 14º meses a todos, mas esqueceu-se de dizer que a alguns compensou-os sobejamente... Como se justifica o aumento de mais de 20% do presidente do CA da Galp, por exemplo?
Como se justifica o pagamento de portagens nas ex-scuts, simultaneamente com o aumento escandaloso das rendas?
Como se justificam as rendas à EDP, ao mesmo tempo que se paga, aos 7 elementos 7 do CA da EDP ganharem 6,9 milhões?

Passos Coelho que tenha um módico de vergonha. Votei nele porque pensava que as alternativas eram francamente piores, mas hoje não tenho dúvidas. Nenhum dos outros poderia ser pior.

A obscenidade do jornalismo televisivo