A revista, um número abrangendo a primeira década, de 1973 a 1982, a que seguirão outros para outras décadas, é pobre de imagens e de texto.
Para explicar aos leitores o que foi essa primeira década, a direcção do jornal escolheu fotos de Rui Ochôa, que preenchem quase todo o espaço da revista e para escrever umas coisas, o sabe-tudo Miguel Sousa Tavares, mais o historiador Rui Ramos, um pândego da escrita chamado Luís Pedro Nunes e uma impagável Clara Ferreira Alves que ainda há-de chegar a directora do semanário, pelo caminho que o jornal leva.
O texto desta escriba emplumada duma ignorância que já mereceu a V.P.V. um processo crime ( por lhe ter chamado analfabeta, o que a mesma achou ofensivo) é de truz.
Começa por relembrar "o Verão do Prec" de 1975 e assegura que "estava sentada numa cadeira ao sol, à beira da piscina pública de Coimbra. Sol de Junho. Nos altifalantes, a voz de Sérgio Godinho: "Este é o primeiro dia do resto da tua vida".
E remata para o efeito prosódico: "e vem-me à memória uma frase batida: o povo unido nunca mais será vencido".
Tirando o achado de escrita pindérica, o facto é que em Coimbra, na piscina pública, no mês de Junho de 1975, Sérgio Godinho poderia cantar por altifalantes coisas como o "cão raivoso", a cachopa que lhe sabia a chocolate ou mesmo "tem ratos", numa premonição acertada.
Porém, cantar um tema do disco pano cru que apenas saiu em 1978 é que se calhar ainda não podia, por muito esforço que fizesse na voz para a esticar no tempo, assim tanto.
A crónica histórica meteu água de piscina logo no primeiro período. E afundou-se.
