domingo, abril 29, 2012

O director do Expresso não se enxerga?

A investigação do Expresso sobre os serviços de informações começou por causa do desentendimento entre a família Balsemão da Impresa e a família Vasconcellos, da Ongoing, a propósito de negócios de vulto em que o representante desta família, Nuno Vasconcellos, queria entrar, afastando a direcção da Impresa do lugar que tem ocupado nestes últimos anos. Um caso puro e simples de guerra comercial em que se usaram instrumentos públicos e crimes de violação de segredo de Estado,  para ajudar na luta. O Expresso não admite este facto que é evidente e nem carece de demonstração.
Assim, "começou com uma notícia a propósito da formação do Governo de Passos Coelho: Bernardo Bairrão ( convidado e depois desconvidado para secretário de Estado) teria sido alvo de uma averiguação informal por parte de elementos das secretas."
O Expresso obteve esta informação através de uma toupeira que tem no interior desses serviços secretos e que tem violado sistematicamente, neste caso, o segredo de Estado, com a comparticipação do jornal e do seu director. As notícias publicadas pelo Expresso a propósito desse assunto assentam na prática de um crime e os seus autores são conhecidos.
"Depois disso noticiamos a existência de fugas nos serviços de informações, envolvendo o ex-director do SIED Silva Carvalho e na época alto quadro da Ongoing." É este o único assunto que interessa ao Expresso: afundar a Ongoing porque o resto, designadamente a denúncia pública de violações de segredo de Estado nunca lhes interessou a ponta de um chavo porque senão também não incorreriam nessa prática. O Expresso denunciou um crime praticando outro de idêntica natureza e maior gravidade porque a violação foi amplamente difundida pelos media, ao contrário daqueloutra situação em investigação e que pode nem sequer ter ocorrido porque foi assim que considerou o director dos serviços de fiscalização do SIED, Marques Júnior...

"Uma segunda fase de investigação, iniciada no final do mês de Agosto, permitiu revelar como as chamadas telefónicas de um jornalista do Público foram vasculhadas pelos serviços de informação." Esta "vasculhação" cingiu-se à obtenção de lista de chamadas recebidas por esse jornalista a fim de se apurar quem, no interior dos serviços secretos andava a fazer de toupeira de jornalistas. Tendo em atenção os interesses em jogo, provavelmente justificou-se essa acção. O Expresso, mais uma vez denunciou o nome do suspeito e violou novamente o segredo de Estado, ainda e sempre em nome daquele interesse particular de guerra comercial.

O texto transcrito termina com o seguinte: " Ficaram os factos ( sic). Agora, a justiça atua ( sic again)"

Os factos que ficaram são muito escassos porque falta saber de que factos é que o Expresso tomou conhecimento,  por quê, exactamente e para quê, precisamente.
Se se descobrir, o que é de rigor na investigação criminal em curso, que os toupeiras dos serviços secretos que ajudaram o Expresso na obtenção destas pseudo-notícias, favoreceram objectiva e interessadamente a Impresa nesta guerra, estamos perante um caso de simples corrupção na óptica e lógica de quem entende que existiu corrupção na contratação do espião pela Ongoing. Troca de favores, no fim de contas. A lógica é a mesma e os princípios derrogados os mesmíssimos.
Parece por isso evidente que a acrescer aos dois arguidos conhecidos do caso, será necessário acrescentar mais outro, o que se espera aconteça em breve...e neste caso com provas mais sólidas de violação de segredo de Estado, sem qualquer ponderação de conflito de interesses relacionados com liberdade de informação. Aqui o conflito é outro.

Daí mais uma cretinice deste director do Expresso. Já são demais.

12 comentários:

Zé Luís disse...

Mas o cretino está a ser investigado?

hajapachorra disse...

Mudando completamente de assunto, ou nem tanto. Sempre que via aqueles debates sobre a UE na SicN, me admirava como o bloco podia ter uma eurodeputada tão má, com tanta falta de jeito, sobretudo quando um certo jeito é a única qualidade que abunda entre os bípedes bloquistas dos três géneros. Como já aqui disse, o Miguel Portas era das poucas pessoas daquela agremiação que estimava, mas isso não invalida que se ponha a questão, seremos capazes de imaginar o que diriam os jornalistas se, por exemplo, o outro Portas levasse uma companheira para eurodeputada? Ou o execrável Sócrates, se tivesse feito da cancia eurodeputada? A extrema esquerda passa sempre incólume mesmo quando tem comportamentos de 'direita'.

Floribundus disse...

estará ali enquanto fizer o que o patrão quiser
para resolver a guerra com a concorrência

zazie disse...

A côncia foi nossa semi-segunda-dama, nunca esquecendo.

muja disse...

Quem é a côncia?

josé disse...

fernanda câncio, com letra pequena, jornalista em horas vagas, activista feminista nos tempos mortos e cronista do DN porque sim, por ser uma mais-valia jacobina.
Foi em dado tempo, a companhia oficial do emigrado de Paris, apresentando-se mesmo como companhia de facto.

Como se pode ver, tudo oco.

walter disse...

E quem seria a dita comPanheira do MPortas?

zazie disse...

Era a Marisa Matias.

zazie disse...

7.500 mil mocas/mês à conta disso.

muja disse...

Pois, já estive a ver. Aparentemente é grande repórter no DN.

Escreve também lá naquele antro do jugular . Por curiosidade fui lá bisbilhotar. Não demorou muito a encontrar uma pérola de grande repórter.

Escreve este post (pelos vistos, grandes repórteres dispensam maiúsculas, deve ser para não discriminar as letras...) sobre um artigo do PPC no FT.
Post no jugular

Artigo visado.

Mesmo quando alguém nos comentários alerta para o facto de o "resumo" dela tomar "liberdades excessivas", nada muda no post. E ainda goza.

Enfim, mais uma nulidade servente. Boa escolha por parte do emigrado. Assenta-lhe melhor que os fatos Armani.

zazie disse...

José: olhe aqui esta anormalidade na Faculdade de Letras- Marx em Maio

http://marxemmaio.files.wordpress.com/2012/04/programa-ultimo.pdf

josé disse...

Obrigado. Deu-me uma ideia...

O Público activista e relapso