
"Para o presidente da Automóvel Club de Portugal, Carlos Barbosa, o comportamento do ex-presidente da República foi "inaceitável" a vários níveis. "Não deu o exemplo e disse que seria o Estado a pagar, pelos vistos, em tom mal educado".
Manuel João Ramos, da ACA-M, condena de forma veemente a conduta "anti-social de Mário Soares" e explica que é preciso legislar no sentido de tornar cúmplice o político, para que não recaia a culpa no motorista, como sucedeu no caso Mário Mendes. Soares também era conduzido por motorista. "Afinal, quando se pode considerar marcha urgente e colocar em risco a vida dos outros?".
Utilizam o regime de excepção viaturas oficiais, ambulâncias, equipas de futebol, concretiza a ACAM. O princípio que o justifica - a segurança - baseia-se na ideia de que a alta velocidade pode evitar atentados. Não foi possível obter reacção, em tempo útil, de Mário Soares e um esclarecimento da parte da Autoridade Nacional Segurança Rodoviária."
Os políticos, só por o serem, não estão abrigados a qualquer lei que os inclua em veículos prioritários. Não era o caso concreto de Mário Soares e não o era sequer noutros casos mediatizados.
A "marcha urgente", termo militar para designar uma excepção por motivos de segurança, ou outros, não se aplica a casos desses. Era o que mais faltava!
O Público de hoje não dedica uma única linha ao assunto. Não é vergonhoso: é apenas escandaloso e sinal de censura pura e simples. A pior de todas que é aquela que se impõe nas redacções.
Também o assunto Descoings é caso desconhecido para o Público. Que vergonha! Que insensatez redactorial! Que destino trágico para um jornal.