sexta-feira, julho 29, 2011

Os copianços não são todos iguais

O incrível Marinho e Pinto, logo que foi notícia o caso do "copianço no CEJ" que não foi tanto assim, mas que para o caso tanto lhe importava que fosse ou deixasse de ser, proferiu sentença sumária no mesmo dia: "Expulsão dos candidatos a magistrados", foi o veredicto com olho tremeluzente.

Agora que os candidatos a advogados copiaram de modo mais explícito, usando códigos anotados quando expressamente o não deveriam fazer, o que diz Marinho e Pinto?
Nada. Deve estar de férias das suas habituais tiradas aviltantes.

13 comentários:

Carlos disse...

Caro José,

Como bem sabe, os advogados defendem as causas dos seus clientes. Ou seja, de quem lhes paga. E, assim sendo, de que estava à espera?

Miguel disse...

Cada um defende as causas que entende...mas a verdade é que se aqui o teste foi anulado...noutros sítios a malta ia passar toda com um 10 oferecido...

kurtz disse...

http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/marinho-pinto-copianco-tvi24-advogados-juizes-ultimas-noticias/1269916-4071.html

Excelente reacção diria eu... Hipócrita!

Pável Rodrigues disse...

Acompanhei este blog regularmente durante muito tempo. Depois, de vez em quando, e cada vez menos, desde o triste episódio "CEJ" e das posições "apaixonadamente" corporativas que vieram a lume por sua causa. Corporativismo, fascismo, jacobinismo, socialismo e outros ismos são "coisas" que entendo serem por igual modo fautores de iniquidade e miséria para os povos que a elas têm a infelicidade de ficarem sujeitos.
Mas neste post, o autor do blog deixou-se prender na sua própria armadilha. Ninguém seria capaz de desacreditar de uma forma tão radical e violenta os magistrados. Compará-los a uma classe de " profissionais liberais" que ainda por cima goza da pior das reputações em termos de honestidade, é uma maldade que só pode, a par do tal triste episódio do copianço, contribuir para desacreditar ainda mais a magistratura. E Portugal precisa, tanto ou mais que o saneamento das suas finanças, de compatibilizar o Poder Judiciário com o espírito da democracia. E isso só pode atingir-se através do respeito e da confiança que os juízes inspirem ao povo. Prestígio público e respeito moral que a civilização romana denominava de "auctoritas".

Camilo disse...

No "copianço do CEJ"... deu uma no cravo;
agora, neste, deu uma na... ferradura.
Já nos habituou...

zazie disse...

Formatado uma vez, formatado para o resto da vida. O ex-comuna Pável não tem cura- ainda anda a fazer de controleiro e inquisidor. Neste caso, inventou o processo e fez o julgamento sumário sem precisar de ler nada nem argumentar nada.

josé disse...

Pável:

Os magistrados quanto a mim não são nem mais nem menos dignos, honrados, respeitáveis e profissionais que os advogados.

Aliás, tenho mais respeito por alguns advogados que por muitos magistrados que conheço.

Essa ideia de os magistrados serem seres superiores é um mito que deve ser desfeito.
Nunca foram, não são nem serão.

Felizmente muitos que conheço são dignos da profissão. Tal como os advogados. E se formos a comparar o carácter de cada um desses profissionais quase que aposto que os advogados ficam a ganhar...

josé disse...

POr outro lado, defender que os advogados não devem ser tão exigentes consigo mesmos que os magistrados, de modo que o copianço de uns pode não se comparar ao putativo de outros ( e sublinho putativo porque o foi), é alinhar numa diferenciação que não comungo

Wegie disse...

Todas as classes profissionais têm direito ao bom nome. Comungo com o José. Os copianços são equivalentes. O problema aqui é existirem demasiadas meninas formadas por mais do que duvidosas universidades privadas que acedem a estes exames da OA e CEJ. O problema está a montante. Por exemplo não é a Universidade Lusíada a que coloca mais magistradas no activo?

josé disse...

Se é a Lusíada que coloca mais magistrados no CEJ por alguma razão será. Mas não é mencionada nem sequer contextualizada para se entender como é que as pessoas que vão para a magistratura começam o percurso escolar.

Estou certo que muitos magistrados actuais e até do STJ copiaram enquanto estudantes e não será isso que os desqualifica como pessoas de bem e carácter recto.
Até tendo a acreditar que as pessoas demasiado perfeitas são anormais.
E os magistrados devem ser pessoas normais.

josé disse...

Por outro lado, muitos magistrados que conheço, alguns do STJ, tiveram notas de 11, 12 de Curso. O que não é famoso e permite especular sobre o que sabiam quando entraram para a magistratura.

Lembro-me de o Cunha Rodrigues, em meados dos anos noventa ter dito numa reunião que os magistrados de então, os mais novos estavam melhor preparados para a função dos que os da geração dele.
E era verdade, parece-me.

zazie disse...

No supremo com médias de 11 e 12?

ahahaahaha

josé disse...

É verdade e poderia citar alguns porque estão lá no currículo.

Mas isso quer dizer pouco porque o critério para entrada no STJ não é o do mérito académico. Nem deve ser, aliás.

O Público activista e relapso