sábado, abril 07, 2012

Vigarista, disse o trotskista.

R.R.:

Francisco Louçã exigiu hoje a realização de eleições legislativas antecipadas, caso Portugal venha a precisar de um "novo empréstimo".

"Não se atreva a propô-lo [um novo empréstimo] ao país sem olhar para os portugueses e pô-los no direito de voto para que todos possam decidir", desafiou Louçã, num discurso na festa do 13.º aniversário do BE, que decorreu em Matosinhos.

Considerando que o Governo teve "uma semana vertiginosa", Francisco Louçã afirmou que a política do primeiro-ministro Passos Coelho "é uma vigarice", porque "aumenta o desemprego e a dívida".

"É a democracia e não a vigarice que tem que decidir; democracia é decisão, decisão são eleições, é a escolha democrática de todos", frisou.

Louçã, se disser a verdade ao povo português, sobre as suas verdadeiras propostas eleitorais é corrido literalmente do parlamento. Já levou uma primeira lição e agora está à espera da lição final. Um comunista assumido, não o consegue afirmar abertamente.
Como tal coisa lhe é absolutamente vedada, mente, aldraba e confunde. E ainda tem a supina lata em falar de aldrabices.

Como se escreveu por aqui o ano passado:

Louçã é um dos grandes enigmas da política portuguesa. Em Setembro de 2009, véspera de eleições legislativas e confortado em sondagens favoráveis, declarava ao Público sem peias ou meias ideias, a sua convicção comunista, facção trostkista:

"Tenho as opiniões que tinha desde os 15 anos" ( "progressistas". Em Junho de 1974 já lamentava no primeiro ano de Económicas que houvesse tão poucos professores progressistas. Logicamente, hoje pensará o mesmo e com uma vontade activa de que haja mais e cada vez mais). Sou dirigente do BE. (...) Fui, desde novo, um socialista de esquerda ( quer dizer, um comunista na acepção comum e corrente da expressão).

E o Público: Era um revolucionário?
E Louçã, lesto e ufano: Com certeza.
E o Público: Hoje continua a ser um revolucionário?
E Louçã, mais cuidadoso: Sou socialista ( do PS não é, do PCP também não quer ser, pelo que só pode ser de um socialismo que não existe na prática. Mas existe na teoria, marxista-leninista-trotskista, com destaque pare este último. Em suma, um comunista disfarçado de burguês á espera de melhores dias). E para que não haja qualquer dúvida, avança no esclarecimento fatal, real e completo:
"E sou contra o capitalismo. O socialismo para nós, é um projecto anticapitalista, com todo o gosto pelas palavras e com toda a clareza." Ah! Valente Louçã! Assim é que é. Parte esta louça toda, Louçã!
Nunca Louçã tinha ido tão longe, mesmo nos tempos em que era proprietário ( capitalista) do Combate, com ideias tão avançadas como desmantelar as prisões e o sistema de justiça. Agora, é claro: Louçã quer a destruição do sistema capitalista que existe em todo o mundo, com pequenas excepções conhecidas: Coreia do Norte, Cuba e aqui em modo mitigado e...onde mais, afinal?

E o Público, aproveitando a embalagem de confissões: Foi um revolucionário. Hoje já não é?

E Louçã, embalado na declaração inebriante e de coração à mostra: Sou o que sempre fui. Aprendi muito, em muitas questões. Aprendi, mais que tudo, que é preciso uma política que seja clara. ( Oh céus! Clara, a política de Louçã?! Agora, neste entrevista, é. Mas anda sempre a esconder o que é. A ocultar o que pensa. A mentir. A dissimular o seu comunismo de luta revolucionária contra o capitalismo!)
E continua, para que não fique qualquer dúvida: O socialismo quer dizer combate à exploração e combater o capitalismo como forma de desigualdade social. ( aqui está, claríssima, a ideologia comunista, no seu esplendor. Ideologia abandonada em todo o mundo civilizado, repescada por Loução como o destino do Homem). E como vai o mesmo convencer o cidadão comum? Assim:

" Mas quer dizer também ( o socialismo) recusar os regimes de partido único ou de censura, ou de ataque à liberdade de opinião".

Em tempos, a explicação para mais esta aldrabice foi dada aqui.