sexta-feira, janeiro 23, 2009

Devolvam a massa!

Grande entrevista ao Público de hoje ( Economia) de Joe Berardo. O comendador da Bacalhôa e alma negra do bcp de Jardim Gonçalves, alarga-se em considerações sobre o estado do mundo e de Portugal. Diz que tudo o que aprendeu até agora foi por água abaixo. Empobreceu, mas não diz quanto. Nem sequer diz se vai ter de vender quadros, mas anda perto disso, porque perdeu forte e feio na bolsa. Tem uma colecção de arte avaliada em cerca de 300 milhões de euros. Hipotecada aos bancos.
Agora defende a intervenção do Estado ( pudera!) e uma nova ordem mundial do capitalismo.

Berardo accionou civilmente os antigos administradores do bcp. Mas está disposto a ser magnânimo. E uma das condições é esta: "era preciso que eles chegassem ao pé de mim e dissessem que as remunerações acessórias que recebem e que foram calculadas com base em lucros que não existiam devem ser recalculadas. E deviam entregar o que receberam a mais".

Berardo diz o óbvio, agora. Lembrou-se disso a tempo? Não. É só para chatear, porque o que ele pretende é um acordo. E estamos a falar em meia dúza ou numa dúzia de milhões de euros...o que diz bastante sobre a actual situação de Berardo.

Mesmo assim, Berardo não está só, nesta exigência óbvia mas esquecida ou ignorada.

Enm França, a revista Marianne desta semana, não fez a coisa por menos: "Devolvam o dinheiro! Acumularam rendimentos inauditos. Beneficiaram de milhões do Estado. E se ainda fosse para proveito da sociedade..."

Berardo beneficiou de milhões do Estado. Acumulou rendimentos inauditos. E se fosse para benefício da sociedade...
Vai Berardo devolver dinheiro que assim aproveitou?
Está bem, abelha.




7 comentários:

Karocha disse...

Atão não!

É como a OPA ao SLB, só não disseram para ele que não podia e, depois eu é que sou burra...

zazie disse...

Isto tem piada porque ainda há uns meses atrás o Berardo era dado como o exemplo máximo de quem fez fortuna à custa das crises.

E até se dizia (especialistas financeiros) que no dia em que ele perdesse dinheiro numa crise, estávamos todos perdidos.

Pois bem...

lusitânea disse...

O casino deu uma lição a esta malta.Que se borrifava para com o bem comum e responsabilidade social que deveriam ter ao multiplicar o seu dinheiro mas dando possibilidades ao zé povinho, isto é empregos decentes.O que lhes deram foi africanização.

Pagamico disse...

Mas como é? vamos todos pegar no boné e fazer uma colecta de recolha de fundos para o comendador da Bacalhôa ? será que o homem nunca ouviu dizer que:
"Agua o deu água o levou"
Bom fim de semana

Tino disse...

Ser um grande accionista e agir como verdadeiro dono de uma sociedade anónima nem sempre é uma vantagem.

Um pequeno investidor, minimamente atento e informado, entra e sai de um papel em poucos segundos ou minutos. Basta seguir a tendência para conseguir gerir com sucesso uma carteira de títulos.

Os "gordos" na bolsa são como elefantes em lojas de porcelana. Ao mínimo movimento, há grande estardalhaço.

Sendo grande accionista, fica com as acções a arder nas mãos.

Pelo menos desde 1929 a experiência ensina que não se compram acções a crédito.

Berardo teve mais olhos que barriga e tomou posições em algumas empresas com ajuda de bancos, como a CGD, vergonhosamente diga-se para ajudar a estratégia de assalto do PS ao BCP...

Como grande accionista, tem de seguir o errado princípio de que só se perde quando se vende. No caso dele, pode esperar muitos anos pela inversão da tendência.

O corpinho é que não é eterno. Mas ficam os herdeiros para lhe derreterem a fortuna ou a alienarem aos espanhóis.

Comprar cascalho e depois vender ouro não acontece muitas vezes na vida, nem mesmo em sentido figurado nos mercados financeiros.

Com a infelicidade dele passamos nós bem...

Prof. Coisasdocaneco disse...

Espanta-me que os sindicalistas da PT ainda não tenham convocado uma manifestação a favor do camarada Berardo, que levaram ao colo quando da opa da sonae! quanto ao resto é um homem extraordinário que se veste como um parolo

Prof. Coisasdocaneco disse...

Esperem, será que é um parolo que se veste como um homem extraordinário?

O Público activista e relapso