domingo, janeiro 04, 2009

As soluções falhadas

Do Correio da Manhã:

O Arquivo de Identificação de Lisboa, instalado na Direcção-Geral dos Registos e do Notariado, na praça Francisco Sá Carneiro (vulgo praça do Areeiro), foi assaltado na noite da passagem de ano. Desconhecidos entraram por uma janela do primeiro andar – partindo um vidro – e, segundo garantiu ao CM um funcionário, roubaram centenas de bilhetes de identidade. No local está o ficheiro central da identificação civil, com dados pessoais de milhões de portugueses.

Como é que se lida com esta criminalidade ? Não há respostas concretas e precisas. Por que é que isto sucede, com um arquivo destes e aparentemente sem qualquer protecção especial? De quem é a responsabilidade para objectiva falta de segurança?

Fernanda Palma, reconhecendo a objectividade do aumento da criminalidade violenta, apresenta a solução miraculosa das leis. Na crónica de hoje do Correio da Manhã, escreve assim:

"A resposta legislativa a esta tendência caracteriza-se por um ‘securitarismo moderado’. Ela foi dada pelas Leis de Segurança Interna e de Organização da Investigação Criminal, que criaram o novo cargo de secretário-geral e que reforçaram a coordenação das polícias, e pela Lei das Armas, que agravará as penas e ampliará a possibilidade de deter ou prender preventivamente os agentes de crimes cometidos com armas."

E pronto! Está resolvido o problema.

ADITAMENTO, às 17h 45m de 5.1.2009:
Afinal, o problema mantém-se:
"A agência do banco BANIF no Restelo, em Lisboa, foi assaltada pelas 15h por dois indivíduos encapuzados e armados.
Os dois assaltantes, que utilizaram duas viaturas conduzidas por outras pessoas, estiveram num café das proximidades antes do crime."
O maior problema para os teóricos, é sempre a realidade. E o ridículo, claro. Mas este, já aprenderam a gerir. Com o paleio certo, a vergonha deixa de existir.

1 comentário:

Karocha disse...

Lá se foram os meus dados todos José.
Mas eu não me calo, podem andar em cima de mim à vontade,eu não tenho medo, pode ser que lhes saia o tiro pela culatra, nunca se sabe...

A obscenidade do jornalismo televisivo