sexta-feira, janeiro 16, 2009

Virgulações

Pergunta do dia:

Posso colocar, na escrita, uma vírgula entre o sujeito e o predicado, numa oração?

Devo dar a mão à palmatória de furos, se escrever assim como segue -
«Esta conversa, já soa a revolução». Estas respostas, Campos e Cunha, não dá.
Sobre o escândalo Madoff, o próprio Paul Krugman, interroga-se. Este requisitório do capitalismo neo-liberal, começa com uma recapitulação."- ?

Esta conversa, fará gramaticamente bom sentido?

Vou procurar melhor. E darei a mão à palmatória se concluir que as vírgulas só servem para isso: organizar a escrita segundo regras prè-definidas pelos gramáticos.

Para já, uns aperitivos gramaticais, de proveniência certa e esclarecida, sem gralhas:

"Pelo restolhal abaixo, vinham dois gaios saltitando e voejando. (...) De um lanço ágil da cabeça, sacudiam a água em jorro para o cerro. (...) A meio do banho, punham-se a passear no areal em ademã airoso(...)"

E ainda de outro lado, também contemporâneo do séc. XX:

" Numa das faces deste quadrilátero, rasga-se grande porta rubra(...)"; "Em todos os mármores que formam o pedestal vêem-se esculpidas, portas e, em cada um dos quatro ângulos da peanha, ergue-se um belo minarete(...)"; "Nesse tempo, eu habitava o primeiro andar duma casita da rua Tenente Espanca".

Ainda mais, a seguir a cronologia:

" Comecei, na literatura, por um livro de versos, como toda a gente, e tenho quarenta e tantos volumes publicados".

E com Eça, me retiro por enquanto:

"Eu murmurei, nas profundidades do meu assombrado ser:
-Eis a civilização!"




Questuber! Mais um escândalo!