terça-feira, janeiro 13, 2009

A ignorância atrevida

Típico:

Na SIC- Notícias, Ricardo Costa, está a dialogar, sob a atenção ausente da pivot Ana Lourenço, com um professor de Direito da FDL, sobre o caso da audição de Oliveira e Costa no Parlamento.

Costa não percebe como é possível que Oliveira e Costa se cale, no Parlamento, e o professor explica-lhe que a partir do momento em que Oliveira e Costa é arguido num Inquérito criminal, tem o direito de estar calado. Costa não percebe.
E depois de alguns argumentos denotadores de ignorância crassa, atira com esta: o juiz Carlos Alexandre, tem todas as condições para fazer uma boa investigação. Costa está convencido que o titular do Inquérito é o juiz Carlos Alexandre.

Como é possível a estes ignorantes dirigirem informação em Portugal? Nem para uma folha de couve ou um qualquer pasquim de província devia ser possível a um ignorante destes, escrever ou dirigir informação sobre fosso o que fosse.

O professor ainda lhe atira: mas olhe que o Juiz de instrução não faz investigação criminal...só para o ouvir dizer: certo, mas faz instrução.

O que será preciso mais, para correr com este ignorante do sítio onde nunca deveria estar?

7 comentários:

Colmeal disse...

Sinceramente não sei José, mas penso que o facto de ser irmão do António Costa e o Ps estar no poder é uma grande ajuda para ele se manter no cargo. Talvez venha por aí um Princípio de Peter e esta ave seja promovida para uma "prateleira dourada" e deixe de dizer disparates.

Já agora viu isto ?
http://sic.aeiou.pt/online/Templates/2007/videoAlcatel.aspx?NRMODE=Published&NRNODEGUID=%7b6B0A8D01-4214-41E5-8402-7C8C49556202%7d&NRORIGINALURL=%2fonline%2fvideo%2finformacao%2fNos%2bPor%2bCa%2f2009%2f1%2fistoeumafantochada%2ehtm&NRCACHEHINT=Guest

é pena que não dêem ouvidos a este SENHOR !

cumprimentos

Miguel disse...

Temos de conjugar as palavras de Costa com a sua profecia: "Se as audições de miguel cadilhe e Abdool Vakil decorrerem à porta fechada a comissão de inquérito falha". Na verdade o que Costa quer é o espectáculo da investigação na praça pública. Nessa medida o silêncio não lhe convém. Ele sabe que o caso BPN "vende" hoje. Quando a investigação (judicial) estiver concluida o tema já não "venderá" tanto. Por isso urge fazer "render o peixe"....

Quanto às "bacoradas" sobre a legislação processual penal é algo habitual em TODOS os jornalistas. Até a por cá admirada MM Guedes comete argoladas de todo o tamanho. Não admira...estamos a falar de algo técnico e não são matérias fáceis....mas na medida em que por vezes influencia a opinião pública não deixa de ser lamentável.

Por último...e referindo-me ao link acima indicado...eu que me considero céptico e pessimista...sempre que ouço Medina Carreira sinto-me optimista.:)..."os politicos são como as santolas sem recheio...é só casca".

josé disse...

Sendo verdade que os jornalistas são atreitos á bacorada em matérias tão sensóveis, este cretino do Ricardo Costa, é relapso e dá-se ares de ser diligente na esperteza.

Mesmo depois de o prof. de Direito ( que não conhecia mas impressionou-me favoravelmente), lhe ter feito o reparo, nem se deu por achado porque o cretino do Costa nunca se dá por achado. Fica com aquele ar de quem está ali a perceber tudo e as perguntas que faz, pretendem sempre o objectivo que traz no bolso: geralmente, desfazer um ponto qualquer.

No caso, era a particularidade de os magistrados pretenderem sempre levar a melhor sobre os políticos nestas coisas.

O cretino do Ricardo Costa tem sempre um ponto de vista que nunca é o da imparcialidade.

lusitânea disse...

Irmão de soba e africanizador nato depois de ajudarem á "entrega" de colónias, nunca se engana...nós é que andamos a ser enganados...

OSCAR ALHINHOS disse...

É realmente escandalosa a forma desabrida como estes indivíduos armados em jornalistas falam de direito como se estivessem a falar de um bitoque...

O homem sabe de tudo: economia, direito, medicina, sociologia... quando, afinal, num país decente talvez lhe dessem o lugar de porteiro na SIC...

Penso até que igual ou superior a ele só o Professor Karamba ou o Professor Bambu...

O mesmo se diga dos papagaios de serviço: Intestinos Delgados, Betttttencourt de Rezendes, Rogeiros, etc....

Mas, enfim, é a comunicação SERVIÇAL que temos...

Para terminar, eu farto-me de rir quando vejo um comentador, que não é nenhum dos acima citados, ser tratado nas TV's por Professor, quando me lembro dele na Faculdade e coitado, tanto ele deve ter estudado e, de certeza, tiveram que lhe fazer uma operação ao cérebro para tirarem a areia e meterem massa cinzenta...

Miguel disse...

Mas atenção que não podemos cair no exagero de só "aceitar" que juristas comentem assuntos da justiça.
Também nós, juristas, cometemos "gaffes" quando "metemos o nariz" noutras matérias. Por exemplo, hoje em dia a economia está na moda...e todos a comentámos. Certamente que muitos economistas devem estar a fazer os mesmos comentários que nós..."lá vem estes tipos dizer asneiras".

No fundo tratam-se de matérias com interesse público e relativamente às quais todos se devem exprimir. Depois ouvir-se-ão os especialistas. Esse sim, devem tentar explicar de uma forma mais técnica.
Dizendo isto lembro-me das palavras de um sábio conselheiro jubilado: "Perante muitos casos controversos...ouvi-a sempre a opinião da minha empregada doméstica...e a mulher, sem saber como ou porquê, acertava sempre na solução final...a mim restava-me ir à procura da fundamentação".

josé disse...

Este tema- o da sabedoria específica e a metodologia para atingir o saber- é dos que sempre me interessou, desde que comecei a escrever em blogs.

Provavelmente, terá sido mesmo o primeiro comentário que escrevi no Pastilhas. Não juro, mas foi certamente dos primeiros, o de questionar o saber do quem comenta tudo e mais um par de botas.

Mesmo assim, sobre matérias específicas que envolvam o conhecimento de regras próprias, como o Direito, não é possível comentar factos relacionados com a aplicação dessas regras, como foi a apresentação de Oliveira e Costa, ontem, no Parlamento, sem conhecer esses fundamentos teóricos que afinal são básicos e deviam ser conhecidos de qualquer jornalista minimamente culto.

O cretino Ricardo Costa não é culto nem sabedor. É apenas um chico-esperto do jornalismo caseiro com a mania que o saber inbfuso lhe basta. E palra de palanque porque o patrão aprecia as suas intervenções. Pudera!

Quanto a escrever sobre Economia, estou de acordo também em que é preciso saber minimamente do que se está a falar quando se cita Keynes ou o neo-liberalismo.
Agora, já não será tão necessário perceber e explicar por modelo matemático e gráfico, a curva da oferta e da procura com todas as suas implicações e variáveis.

OU seja, a cultura geral, na Economia, chega para dizer o que os especialistas dizem, por um simples motivo: são eles mesmos que quase nunca acertam no que prevêem.

A obscenidade do jornalismo televisivo