O Público de hoje custou-me um euro. Nem notei porque dei uma nota de vinte e não contei o troco. Ao ler a nota de última página, apercebi-me do aumento, depois de ter visto que Miguel Esteves Cardoso, passa a colaborar com o jornal numa base diária. "Boa notícia", leram os meus botões.
Para além disso, o Inimigo Público de LPLN, passa para a quinta-feira. Boa medida, disseram os meus olhos incisivos. Com os caninos a amolarem uma melhor e que seria a redução para metado do conteúdo satírico. O que é demais, cansa, confirmaram os primeiros.
E são essas as novidades, para além da referência à melhoria da edição virtual. Parca ração, para a notícia sobre as "muitas novidades".
Graficamente, o Público, está bem. Redactorialmente, poderia estar melhor. Falta um repórter mais atento ao essencial; mais independente face aos poderes e mais divertido no modo de escrita. Falta punch ao Público. Um tudo nada que mostrasse ao leitor que é um jornal de contra-poder que não pretende o poder.
O episódio da licenciatura do PM, com reflexos na ERC, fragilizou o director. Tirou-lhe gás, quiçá entristeceu-o.
Falta ainda, na parte cultural, uma perspectiva diferenciada de uma certa esquerda que só vê para esse lado e que não tem o sentido da estereoscopia social.
Faltam desenhos no Público. Contratem o Jorge Mateus. Tirem o Miguel Gaspar que não interessa nada. Dispensem o Rui Tavares que é sempre a mesma coisa.
Mudem os crónicos e alterem a ordem dos textos.
Mantenham o Vital Moreira. Mantenham o JPP. Mantenham o Barreto e o Pulido Valente, pois claro.
Leiam a blogosfera opinativa e convidem um ou outro para a escrita temática. Dêem espaço ao Pedro Arroja. Tornem-se interessantes e polémicos sempre que for oportuno.
Espero que o jornal que leio desde o primeiro número e poucas vezes falhei, nessa leitura, consiga fazer melhor que o La Repubblica.
Porque o modelo, é esse.