O caso Freeport já virou novela (assim mesmo, à brasileira). Os media pegaram-lhe de cernelha e já alimentam primeiras páginas em jornal e tv, com os fait-divers do costume, já vistos nos demais recentes casos mediáticos.
Os media portugueses, em geral, circundam o essencial e capturam o acessório. O caso Fátima Felgueiras, o caso Maddie, o caso Casa Pia, o caso Esmeralda, o caso do diploma do PM, o caso BPN e agora este do Freeport, são desenvolvidos noticiosamente através de flashs que iluminam aspectos particulares que vão sendo descobertos por fugas de informação dos processos de inquérito ou por informações obtidas a jusante, vindas de interessados ocultos e fontes de anonimato.
Raramente os media relatam algo provindo da investigação própria ou de indagação adequada e independente. Raramente o acompanhamento mediático, posterior, explica ao público o essencial, perdendo-se em pormenores de fait-divers e muitas vezes em jornalismo de causa, com interesses turvos e nada jornalísticos.
Os media portugueses, em geral, circundam o essencial e capturam o acessório. O caso Fátima Felgueiras, o caso Maddie, o caso Casa Pia, o caso Esmeralda, o caso do diploma do PM, o caso BPN e agora este do Freeport, são desenvolvidos noticiosamente através de flashs que iluminam aspectos particulares que vão sendo descobertos por fugas de informação dos processos de inquérito ou por informações obtidas a jusante, vindas de interessados ocultos e fontes de anonimato.
Raramente os media relatam algo provindo da investigação própria ou de indagação adequada e independente. Raramente o acompanhamento mediático, posterior, explica ao público o essencial, perdendo-se em pormenores de fait-divers e muitas vezes em jornalismo de causa, com interesses turvos e nada jornalísticos.
À míngua de factos novos e relevantes, os repórteres, particularmente os de tv, assestam baterias e holofotes nas janelas e portas dos edifícios onde decorrem diligências à cata de algum trânsfuga distraído, para lhe colocar as perguntas mais interessantes- como se sente?- ou ainda mais pertinentes para o interesse em mostrar o serviço presencial.
Neste caso do Freeport o assunto já vai na fase do fait-divers. Hoje o Correio da Manhã, na sequência da RTP1, também “entrevista” um dos principais implicados no caso. Charles Smith, o indivíduo que figura no dvd que relançou a polémica, como tendo dito -e gravado a conversa- que houve corrupção de um ministro do governo de Guterres, diz agora coisa diversa.
Que lhe foram perguntar agora, esses media? Se tinha falado com o PM. “Não, nunca falei”.
Neste caso do Freeport o assunto já vai na fase do fait-divers. Hoje o Correio da Manhã, na sequência da RTP1, também “entrevista” um dos principais implicados no caso. Charles Smith, o indivíduo que figura no dvd que relançou a polémica, como tendo dito -e gravado a conversa- que houve corrupção de um ministro do governo de Guterres, diz agora coisa diversa.
Que lhe foram perguntar agora, esses media? Se tinha falado com o PM. “Não, nunca falei”.
O Correio da Manhã perguntou-lhe sobre o tal vídeo. Smith, sobre isso, não se pronuncia ( para já...) e a entrevistadora deu-se por satisfeita. Ainda lhe perguntou sobre a questão-chave de se saber quem o pôs em contacto com o ministro. E o mesmo não negou a versão de Júlio Monteiro. Também isso não despertou campainha na entrevistadora.
A RTP nem isto fez. Contentou-se com a negação de contacto com o ministro da altura e toca a andar para a estação que o Algarve fica a duas horas de Lisboa.
Depois de tudo isso, qual o título do Correio da Manhã, para capa de hoje?
A RTP nem isto fez. Contentou-se com a negação de contacto com o ministro da altura e toca a andar para a estação que o Algarve fica a duas horas de Lisboa.
Depois de tudo isso, qual o título do Correio da Manhã, para capa de hoje?
“Suspeitos defendem Sócrates”. É verdade, pudera que não, mas ainda maior verdade seria escrever: suspeitos defendem-se de acusações.
É que suspeitos, incluindo o crime de tráfico de influência de que ninguém quer falar, são todos. E o tio do PM já o confessou e confirmou. Os media do costume, a isso, dizem nada.