terça-feira, março 27, 2012

Em Portugal, o respeitinho é muito bonito...

In Verbis:

O membro do Banco Central da Islândia Gylfi Zoega diz que Portugal deve investigar quem está na origem do elevado endividamento do Estado e dos bancos.

"Temos de ir aos incentivos. Quem ganhou com isto? No meu País eu sei quem puxou os cordelinhos, porque o fizeram e o que fizeram, e Portugal precisa de fazer o mesmo. De analisar porque alguém teve esse incentivo, no Governo e nos bancos, para pedirem tanto emprestado e como se pode solucionar esse problema no futuro", diz o responsável.

A participar nas conferências do Estoril, o economista, que também participou no documentário premiado com um Óscar "Inside Job -- A verdade sobre a crise", disse em entrevista à Agência Lusa que Portugal beneficiou muito de estar no euro nesta altura, porque para além do apoio dos seus parceiros da união monetária, terá de resolver os seus problemas estruturais ao invés de recorrer, como muitas vezes no passado, à desvalorização da moeda.

Este discurso, em Portugal encontra um muro de cumplicidades. Os políticos do costume e do bloco central, do PSD, CDS e PS não têm qualquer interesse em averiguar responsabilidades mas sim em sacudir água do capote.

Os jornalistas então, são uma desgraça maior. Tirando algumas honrosas excepções, a esmagadora maioria, com destaque para os directores de informação das tv´s pura e simplesmente alinham com os poderes, sejam os dos patrões, sejam os dos políticos em causa. Não questionam, não investigam e esquecem o seu principal papel: o de controladores dos poderes em democracia. Watchdogs? Qual quê! "poodles", cachorrinhos de estimação que afinam sempre pelo som dos papagaios do poder.

O povo no meio disto tudo? Reflecte o ambiente geral: anomia, desinteresse e alinhamento pelo clube em que votaram.

Isto é uma vergonha geral.

2 comentários:

Floribundus disse...

deviam ser investigadas e as razões politicas da degradação irreversível do rectângulo.
nunca serão. muito menos punidos os autores.

politicos e jornalistas de sarjeta encobrem-se uns aos outros devido a fenómenos de dependência

Cisfranco disse...

Espírito crítico é o que faz falta a muito do nosso jornalismo que nos agride com parangonas de ocasião a soldo dos partidos. E nas TV's então nem se fala, depois de pôr de lado conteúdos estupidificantes...
Há promiscuidade entre jornalistas e políticos que se encobrem mutuamente. Ressalvem-se as honrosas excepções que as há.
A democracia (pseudo-democracia melhor dizendo)não funciona, não passa duma balela que não cativa os cidadãos para a política. Ponham os circulos uninominais e acabe-se com a partidocracia. Mas quem é que quer isso? Está quieto! É melhor para os medíocres acomodarem-se à aparelhística partidária e aguardar a sua vez.

O Público activista e relapso