domingo, março 04, 2012

O bombo da festa do IX Congresso do MºPº

Durante este fim de semana decorreu o IX Congresso do MºPº, em Vilamoura. Foi um evento a que os media deram destaque, como é natural.
Não obstante, quem leu o Público, ficou a saber que Souto Moura foi ao Congresso e discursou, ficando também a saber algumas ideias que defende, através de uma entrevista ao jornal e no artigo de hoje citam-se declarações do director do CEJ, Pedro Barbas Homem, interessantes e reveladoras de um fenómeno preocupante: o da infestação da magistratura pelas maçonarias e clubes associativos vário. PBH defende por isso a declaração de pertença. E muito bem.

Ontem quem leu o mesmo jornal ficou a saber o que disse a ministra da Justiça, o procurador geral adjunto Amadeu Guerra, sobre os tribunais administrativos, no caso do Sul, com um discurso a que poucos dão atenção, mas deviam dar mais e ainda o que disse João Palma, o presidente cessante do sindicato do MºPº. , com um discurso a que Euclides Dâmaso, procurador geral em Coimbra, atribuiu "grande força e significado.", segundo o Correio da Manhã.

O Público nada mais noticiou.
O Correio da Manhã também deu ampla cobertura ao congresso, com duas crónicas assertivas de Eduardo Dâmaso, director-adjunto do jornal, ontem e hoje.
O jornal dedicou algumas páginas ao assunto, com fotos dimensionadas às características de um jornal de sensação. Mostrou alguns presentes e deu conta dos ausentes.

Retomando tudo e relendo o que foi escrito e vendo as fotos será que fui bem informado sobre o que passou no Congresso, por esses dois jornais?

Do Público nem preciso dizer muito: não fiquei. A informação foi muito parca, sintonizada em duas ou três pessoas e falhou o essencial do jornalismo: relatar factos, no caso presenças, o que foi dito, o ambiente, a ideia geral do congresso. Isso não passou no Público, como matéria noticiosa.
Leio hoje no jornal que amanhã virá renovação gráfica. Pode vir a renovação que quiserem, mas enquanto a direcção que está se mantiver o jornal irá vender cada vez menos. Acabará por cair nas mãos dos angolanos se os mesmos estiverem interessados. Parece que estão e já está resolvido o assunto. Portanto, a profecia é muito simples: o Público vai acabar não tarda nada. Culpa exclusiva da actual direcção jacobina da senhora dona Bárbara e companhia. Tal como um Santos Ferreira fez ao BCP, Bárbara e companhia conseguiram dar cabo de um jornal. Brilhante.

O Correio da Manhã, por seu turno, foi igual a si mesmo, com uma nuance de relevo: a actual direcção do jornal entende o MºPº que temos, o que é algo que deve ser assinalado. Em resultado disso mesmo, as notícias que têm passado têm sido mais fundamentadas, melhor estruturadas e vão geralmente ao sumo do assunto.

Quem souber ler as notícias, reportagens e fotos do CM sobre este congresso do MºPº não fica a saber por exemplo o que um convidado especial, o bispo D. Manuel Clemente foi lá dizer, mas fica a saber o que se passa actualmente no MºPº a propósito da necessidade de mudança.
O actual PGR Pinto Monteiro, ausente, foi o bombo da festa deste congresso. Merecidamente, aliás. Quase tudo o que foi dito no congresso choca com as suas concepções publicamente assumidas.
Pinto Monteiro devia sair em Abril, aos 70 anos, claro está.

Questuber! Mais um escândalo!