As antigas SCUT do interior e do sul, portajadas desde 08 de Dezembro, perderam quase 14 mil viaturas por dia no último mês de 2011, indica um relatório do Instituto Nacional de Infraestruturas Rodoviárias (INIR).
Segundo o documento, relativo ao movimento nas autoestradas no quarto trimestre de 2011 e divulgado este mês, as quatro concessões perderam, no total, 13.990 viaturas em cada dia do mês de Dezembro.
A Via do Infante (A22) movimentou diariamente, em Dezembro de 2011, 6.528 viaturas, correspondente a uma quebra, face a 2010, de 48,4 por cento.
Aquela antiga SCUT do Algarve contabilizou menos 6.111 viaturas por dia, face ao mesmo mês de dezembro de 2010 (12.639). Em dezembro, mas de 2009, a Via do Infante registava um Tráfego Médio Diário (TMD) de 13.523 viaturas.
No entanto, a quebra naquela concessão já se vinha a agravar ao longo do ano, nomeadamente com descidas homólogas em Outubro (menos 12,5 por cento) e Novembro (menos 16,5 por cento).
Cenário semelhante verificou-se na A23, da concessão da Beira Interior, que também em Dezembro passou a ser portajada, reflectindo neste caso, no último mês de 2011, uma quebra de 30,9 por cento. Após a introdução de portagens, aquela via passou de um TMD de 11.489 para 7.942 viaturas (menos 3.547).
São umas atrás das outras, imputáveis quase às mesmas pessoas. Neste caso, a renegociação das parceiras rodoviárias teve obviamente em conta este fenómeno, porque os chicos-espertos não são burros ou incapazes de preverem as hipóteses futuras e o colapso nas rendas.
Pensar ou dizer que esta gente não se precaveio contra estas hipóteses nem sequer é razoável. O que os mesmos fizeram foi antecipar estas previsões, renegociando contratos com o Estado e assegurando-se que o risco passaria a correr por conta do Estado.
Quem assim negociou em nome do Estado o que merece? Um louvor público e uma condecoração no 10 de Junho? Ou uma submissão imediata à "judicialização"?
E quem foram estes figurões? Precisamente aqueles que agora vociferam contra a tal judicialização, o que se percebe muitíssimo bem: apenas estão a por as barbas de molho...
3 comentários:
Tem razão, mas o mesmo digo eu dos juízes do Tribunal de Contas que as aprovaram. Veja o meu comentário sobre o post relativo às «opiniões do Tribunal de Contas são uma chatice para os empreiteiros». Veja como a Helena Abreu Lopes e o João Figueiredo puseram o visto no contrato que (desavergonhadamente) reconheceram que era «ilegal» e que tinha «fundamentos para a recusa do visto».
o castigo recai, como sempre, nos contribuintes
Deveríamos actualizar a lista dos que ai jesus se aterrorizam com a tal judicialização, só para percebermos a quem servem, porquê e a que preço.
Enviar um comentário