domingo, março 25, 2012

O Público também está muito preocupado...

...com a "judicialização da política" e papagueia por isso mesmo o estribilho politicamente corrigido pelos entalados do costume: " A judicialização da política" é um jogo perigoso e um populismo fácil. Os juízes têm a obrigação de saber isso."

O Público com esta preocupação editorial está a dar o ar de respeitinho adequado aos que depois de sangrarem as contas do país foram apanhados com as "mãos na massa" pelo Tribunal de Contas e pela ASJP. Havendo indícios de práticas criminosas, a obrigação é participar ao MºPº e foi isso que a ASJP fez.
Mas para o Público tal é um rematado populismo.Fácil, até.
Fácil mesmo é este tipo de jornalismo do tipo "para quem é, bacalhau basta". Suspeito é esta inclinação a favor do poder político em detrimento do poder judicial que só actuará se legalmente tiver razões para tal. E sem sombra de judicialização de política.
Na altura em que os governos de José Sócrates atacaram de forma vil e baixa os magistrados, apodando-os literalmente de calaceiros e cortando as férias judiciais num mês, a medida foi amplamente aplaudida por estes jornalistas de classe turística.
Nessa altura não apareceram editoriais a indignarem-se ou a avisarem contra os perigos da politização da justiça. E no entanto foi exactamente isso que sucedeu, porque foram medidas gratuitas (destituídas de fundamento válido) demagógicas ( para agradar à populaça) e erradas ( tanto o foram que corrigiram a trajectória anos depois).
Entre o poder político e o judicial, já sabemos de que lado anda este jornalismo do respeitinho: do lado dos mais fortes e dos que mandam. A tarefa básica e primordial do jornalismo em controlar o poder político fica assim penhorada à inclinação para o lado do mais forte. Sintomático.
Este jornalismo caseiro, com jornalistas deste calibre não tem emenda possível. É demasiado medíocre para vicejar sem ser neste lameiro.

Questuber! Mais um escândalo!