Escreve João Miranda no Blasfémias:
Privatizar a EDP com a intenção de sinalizar uma abertura ao investimento estrangeiro e de seguida criar um imposto especial sobre a EDP (como pretendia o ex secretário de Estado) sinaliza oportunismo, falta de rumo e navegação à vista. O que se está a dizer aos investidores estrangeiros é mais ou menos isto: “invistam cá que a gente já inventa um imposto para vos depenar”. É isto que está em causa desde o início nesta polémica.
Não, não é nada disso que está em causa. Teria sido bem melhor renegociar antes da privatização parcial, mas ainda assim, continuar sem o fazer significa que o Estado pactuou e assentou praça numa burla autêntica.
O "imposto para depenar" seria apenas a correcção de uma "imparidade" que qualquer investidor sabe ser um risco de negócio. Quem investiu agora, pretende maximizar ganhos, mas não pode querer esses ganhos à custa de um ludíbrio que penaliza todo um país apenas em benefício de uns tantos investidores accionistas.
Ontem, um alto quadro da Goldman Sachs, em Londres, acusava publicamente a empresa financeira de ter perdido o senso moral e de estar corrupta, no segmento dos investimentos em produtos financeiros de alto risco.
Quem pactua com a imoralidade que representa o negócio da EDP com o Estado português, apoiado e sustentado pela actual administração, perdeu esse senso moral mínimo.
Hja decência!