sábado, março 24, 2012

O happening de 1962

cópia do comunicado publicado hoje pelo Diário de Notícias

Hoje,alguns estudantes de 1962 comemoram um dia especial: aquele em que tentaram provocar o governo da época, por discordarem do regime, com um forte apoio dos comunistas e esquerda em geral.
Os líderes conhecidos são hoje figuras públicas desta democracia e que fizeram carreiras à sombra do novo regime, tendo como exemplo máximo Jorge Sampaio. Sem esse activismo político contra o regime de Salazar/Caetano seriam cidadãos comuns, como os demais. E no entanto, o que queriam os então estudantes, do regime de Salazar? A mudança política, sob a capa da comemoração do Dia do Estudante.
Em 1962 já tinha começado a guerra no Ultramar e o regime apertava o controlo porque no início do ano houvera um assalto a um quartel, em Beja, chefiado por João Varela Gomes. A oposição comunista movimenta-se em subversão e o movimento estudantil dava eco a estas lutas políticas de esquerda.
O regime defendia-se com a legalidade vigente e para tal, nas comemorações do Dia do Estudante que se estendiam de 24 a 26 de Março ( hoje nem há disso...), foram proibidas manifestações sob a forma de comemorações e sempre que tal acontece o poder, principalmente o autoritário, manifesta-se como sabe: com violência e carga policial.
Foi o que aconteceu em Lisboa e Coimbra nesses dias de 1962. Houve prisões, luta estudantil e o reitor da Universidade de Lisboa, Marcello Caetano, estava do lado dos estudantes, objectivamente contra os duros do regime de Salazar. Autorizou a comemoração do Dia, depois desses confrontos, mas foi desautorizado pouco depois pelo regime e demitiu-se da reitoria.
O próprio Salazar lhe escreveu a lamentar tal atitude porque " ninguém sabe o que a Nação pode exigir-lhe em determinado momento e os serviços passados lhe imporão a si próprio."

Esta história alternativa à que se conta hoje nos media dominados pelo sistema que os antigos estudantes impuseram ao país, com um controlo da informação pela esquerda, em boa parte jacobina, é a verdade histórica.
A que Jorge Sampaio e Eurico Figueiredo, outro dos estudantes de Lisboa, não contam. Porque tal lhes estraga o brilho que tiveram e lhes desvaloriza o papel que vieram a ter no país, cujo estado lastimoso e de bancarrota nos legaram.
Para isso podem muito bem limpar as mãos às paredes universitárias, pelo que fizeram depois.

Aditamento em 25.3.2012:

Jorge Sampaio foi entrevistado pelo "Professor Marcelo" na TVI e afinal contou a História como ela se passou. Ainda bem, mas não deixa de ser responsável pelo que fez na Democracia que ajudou a implantar como regime. Mas...é preciso não esquecer que Jorge Sampaio e os outros que nomeou ( Vítor Wengorovius, Galvão Teles, etc) fundaram o MES que no início era nada mais nada menos do que um partido de extrema-esquerda mais comunista que o PCP...

Questuber! Mais um escândalo!