"Virem da Alemanha dá a Glauck e a Merkel uma atracção que emana de saberem pelo que lutaram." - Constanze Stelzenmüller, analista política, segundo o Público de hoje.
Descodificando: Glauck e Merkel lutaram contra o comunismo na antiga RDA. Foi apenas isso, o comunismo de Honecker, com a polícia política STASI, hedionda e mil vezes pior que a PIDE, a censura de ferro e sem comparação com a censura do Portugal salazarista, e a ausência de liberdades fundamentais, tal como a de associação ou reunião e manifestação, cuja repressão nem tinha comparação alguma com a que por cá ocorria.
Foi esse modelo de sociedade que o PCP de Cunhal e Jerónimo de Sousa sufragaram e queriam insistentemente implantar em Portugal. Em nome da luta contra o "fassismo" e da "democracia" e ainda dos trabalhadores em oposição à burguesia.
Ainda hoje tais desideratos são o programa principal do partido Comunista Português e nunca o negaram. Escondem-no apenas nos seus aspectos mais visíveis e notórios, mas em conversas de circunstância é isso mesmo que admitem: uma cópia da Alemanha de Honecker, contra a qual aqueles lutaram.
E como se tem visto ainda conseguem enganar uma dezenas de milhar de pessoas e alimentar uma casta de deputados que dão cor à democracia e proveito, mas que são apenas um quisto anti-democrático cuja extirpação devia passar pela extinção pura e simples do partido ou a sua transformação em partido burguês. A contradição inerente, no entanto, nunca os incomodou desde que continuem a conseguir enganar as pessoas em geral.
Em Portugal, devido aos media terem sido infiltrados desde sempre ( ainda antes de 25 de Abril de 1974) por células comunistas activas e dominantes, a opinião pública foi sempre manipulada com informação que sempre protegeu o nosso PCP.
Uma vez que o partido, tirando uns episódicos meses de 1975, em pleno PREC, nunca governou verdadeiramente, tendo feito todos os estragos sociais em 11 de Março de 1975, decapitando as forças produtiva portuguesas com maior poder de capital, precisamente, o PCP manteve-se sempre à tona da água social como "partido dos trabalhadores" com as suas correias de transmissão sindicais que efectivamente apoiavam os trabalhadores.
Não obstante, em 1974/75 houve lutas sindicais que o PCP não apoiou por terem fugido ao seu controlo, mormente porque havia outros sindicatos ou cuja "luta" não lhes convinha. Tal facto não foi nunca suficiente para as pessoas perceberem o carácter perverso que um partido dos trabalhadores pode assumir, pelo que o PCP manteve sempre o seu lado simpático e de posição ao lado dos pobres e dos trabalhadores.
Na RDA era assim? Evidentemente que não, mas isso não impede as pessoas que apoiavam então o PCP de fazerem o paralelo e raciocinarem sobre os motivos reais de tal dissenção.
Por tais motivos, em 25 de Novembro o PCP esteve quase a ser marginalizado e proibido como partido anti-democrático ( única justificação para tal, depois do proibicionismo do Estado Novo, baseado noutros pressupostos, aliás válidos ainda hoje e que foram válidos na Alemanha para se proibir constitucionalmente em 1956, um partido comunista de Rosa Luxemburgo.
Não o foi por intervenção directa dos militares progressistas de então ( Eanes e Melo Antunes que veio à televisão explicar porque é que o PCP era importante...para a democracia).
Tal facto, resultante de uma constante e permanente boa imprensa e media em geral de que o PCP sempre gozou, nunca o questionando de modo sério e persistente sobre o que defendem socialmente na prática política em coerência com os princípios que apregoam, tem mantido o partido numa margem confortável de estalinismo com resultados eleitorais.
Uma explicação como outros poderia ser esta: os principais responsáveis pelos media, em Portugal, foram comunistas ou compagnons de route. Tal fenómeno permitiu uma cumplicidade silenciosa sobre o carácter perverso da ideologia comunista do PCP.
Na Alemanha não há disso e as coisas são muito mais claras: o partido comunista é idêntico ou semelhante ao fascismo. Tal e qual.