Para quem já esqueceu, a Lusoponte é da Mota-Engil. Entendido? Em Março de 2011 o assunto era assim tratado:
As PPP no sector dos transportes têm sido pautadas por sucessivas derrapagens com consequências dramáticas para o erário público. As renegociações do contrato com Lusoponte representam um custo acrescido de 410 milhões e erros de previsões no Metro Sul do Tejo custam cerca de 8 milhões anuais.
O Estado firmou com a Lusoponte, que tem hoje na Mota Engil o seu principal accionista, um contrato que contemplava a construção da ponte Vasco da Gama e a exploração de portagens nesta ponte e na ponte 25 de Abril.
Este contrato já sofreu, até à data, sete alterações, que implicam um custo acrescido de 410 milhões de euros para o erário público.
Nas renegociações, o Estado abriu mão, entre outros, do volume de tráfego como limite à concessão, tendo-se prorrogado o prazo da concessão por mais 7 a 11 anos, em relação à duração estimada pela própria Lusoponte, segundo a qual, em resultado dos níveis de tráfego registados nas duas travessias, tal prazo deveria expirar entre 2019 e 2023, período em que se atingiria o target de 2.250 milhões de veículos.
Esta prorrogação representa para a Lusoponte um encaixe bruto na ordem dos 560 milhões de euros a preços constantes. Somando a este valor uma compensação directa de 250 milhões e mais 100 milhões pela dispensa de comparticipação da Lusoponte na manutenção da ponte 25 de Abril, obtemos os contornos de um negócio ruinoso, conduzido a partir do governo de Portugal por quem hoje gere os benefícios privados obtidos pelos accionistas da Lusoponte. Apesar de o Estado assegurar à Mota-Engil um investimento com riscos reduzidos face ao contrato inicial, mantém-se inalterada a sua taxa interna de rentabilidade accionista (11,43%).
Comentário final: enquanto não houver prisões a sério nestas coisas, Portugal continuará a precisar de troikas e quadrigas. Estas para transportar alguns senhores. Os burros de carga somos nós todos que deixamos que isto aconteça.
4 comentários:
não haverá prisão para políticos
enquanto houver largo dos ratos
E pelos vistos ninguém tem os tomates pretos para acabar com essas roubalheiras.Preferem africanizar segundo a máxima:todos iguais, todos diferentes...
Neste momento só tem os tomates pretos quem ficou com eles entalados, e quem já sentiu a dor ficou sem vontade de repetir a experiência.
Cá para mim, isso é tarefa para mulher, equipada com uma pá.
Pasmo de escândalo e raiva quer dos políticos rançosos que permitiram isto quer dos jornalistas e opiniadores que não desancam nem desenterram isto.
O ex-PM da Islândia está a ser processado por infinitamente menos.
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