Bob Dylan faz hoje anos. 70. Em 11.1.2009 publiquei aqui este texto. Coloco-o aqui para celebrar o aniversário redondo de um dos maiores ícones da cultura popular feição anglo-americana e também para mostrar que Dylan foi um cantor de protesto tipo John Lennon: a Revolução, para eles, fazia-se mais pelos cantos populares do que pelos manifestos políticos em panfleto. Breve: Dylan nunca seria um José Mário Branco. Nem seria do BE. Nem do PCP.
Em finais de 1971, Bob Dylan publicou uma colectânea de Greatest Hits, vol II. Na sequência dos concertos para o Bangla Desh, na companhia de George Harrison, Bob Dylan, compunha um ano em que pouco produzira, de música original.
O triplo Lp, do Concerto, foi publicado também em finais de 1971. A participação de Dylan, com meia dúzia de canções, ficou registada em filme, editado em DVD, com extras, em 2005. Just Like a woman, desse espectáculo, vale a pena ver e ouvir.
No entanto, a música que no início de 1972, aparecia como verdadeiramente original, foi a de um single, também editado por Bob Dylan, no finald e 1971: George Jackson. O single, continha a versão cantada e no lado b, uma versão instrumental.
Lembro-me de ouvir o single, repetidamente, sem saber bem de que se tratava. Mais tarde, a informação obtida, dizia respeito à morte de um "irmão Soledad", um negro de esquerda revolucionária, dos Panteras Negras, preso e condenado por assalto a uma estaçãod e serviço, tendo sido morto, pouco tempo depois, em circunstâncias pouco claras e que suscitaram protestos das organizações de direitos civis, americanas, com destaque para Ângela Davis. As revoltas da prisão de Attica, algum tempo depois, terão sido influenciadas por estes acontecimentos da época.
A canção de Dylan, na altura, foi celebrada como um regresso aos temas de engajamento político, próprio do activista que Dylan, aliás, sempre recusou ser. Segundo a Rolling Stone da época, a sua condição judaica, impedia-o de certos compromissos mais esquerdistas.
Ainda assim, na época, deu brado e algumas estações de rádio AM, nos USA, recusaram-se a passar o single, com o pretexto de que a letra tinha a palavra...shit ( é o que conta a Rolling Stone de 6.1.1972, um número em que também se anuncia o disco de Elton John, Madman across the water que abre com Tiny Dancer e traz ainda um anúncio ao filme de Kubrik- Laranja Mecânica).
A canção disponível nesta versão do You Tube, é pirata [tanto era que já foi removida]. Não é a versão do single, mas é uma boa versão, eventualmente superior à orquestrada no single.
A capa do disco, é a que me lembro de ver na época e será de origem francesa. A imagem é dos concertos para o Bangla Desh ( tal como a do Greatest Hits Vol II) e é de um Dylan de 1971, em transição para a falta de inspiração que se seguiria e só viria a ser interrompida em 1975, com Blood on the Tracks.
Duranto o ano de 1974, no entanto, os concertos de Dylan com os The Band, foram uma das melhores coisas que apareceram em disco- o duplo Before the Flood que me reconciliou com o Dylan que gostava de ouvir e que passava muitas vezes no Página Um, de Luis Filipe Martins. [actualmente um dos spin doctors deste infausto primeiro-ministro que ainda temos].
O triplo Lp, do Concerto, foi publicado também em finais de 1971. A participação de Dylan, com meia dúzia de canções, ficou registada em filme, editado em DVD, com extras, em 2005. Just Like a woman, desse espectáculo, vale a pena ver e ouvir.
No entanto, a música que no início de 1972, aparecia como verdadeiramente original, foi a de um single, também editado por Bob Dylan, no finald e 1971: George Jackson. O single, continha a versão cantada e no lado b, uma versão instrumental.
Lembro-me de ouvir o single, repetidamente, sem saber bem de que se tratava. Mais tarde, a informação obtida, dizia respeito à morte de um "irmão Soledad", um negro de esquerda revolucionária, dos Panteras Negras, preso e condenado por assalto a uma estaçãod e serviço, tendo sido morto, pouco tempo depois, em circunstâncias pouco claras e que suscitaram protestos das organizações de direitos civis, americanas, com destaque para Ângela Davis. As revoltas da prisão de Attica, algum tempo depois, terão sido influenciadas por estes acontecimentos da época.
A canção de Dylan, na altura, foi celebrada como um regresso aos temas de engajamento político, próprio do activista que Dylan, aliás, sempre recusou ser. Segundo a Rolling Stone da época, a sua condição judaica, impedia-o de certos compromissos mais esquerdistas.
Ainda assim, na época, deu brado e algumas estações de rádio AM, nos USA, recusaram-se a passar o single, com o pretexto de que a letra tinha a palavra...shit ( é o que conta a Rolling Stone de 6.1.1972, um número em que também se anuncia o disco de Elton John, Madman across the water que abre com Tiny Dancer e traz ainda um anúncio ao filme de Kubrik- Laranja Mecânica).
A canção disponível nesta versão do You Tube, é pirata [tanto era que já foi removida]. Não é a versão do single, mas é uma boa versão, eventualmente superior à orquestrada no single.
A capa do disco, é a que me lembro de ver na época e será de origem francesa. A imagem é dos concertos para o Bangla Desh ( tal como a do Greatest Hits Vol II) e é de um Dylan de 1971, em transição para a falta de inspiração que se seguiria e só viria a ser interrompida em 1975, com Blood on the Tracks.
Duranto o ano de 1974, no entanto, os concertos de Dylan com os The Band, foram uma das melhores coisas que apareceram em disco- o duplo Before the Flood que me reconciliou com o Dylan que gostava de ouvir e que passava muitas vezes no Página Um, de Luis Filipe Martins. [actualmente um dos spin doctors deste infausto primeiro-ministro que ainda temos].
5 comentários:
Passava mais no Em Órbita e claro na saudosa Radio Caroline. Joan Baez fez setenta anos em Janeiro.E John Lennon também os faria este ano. É toda uma geração que em 1955 (ano de nascimento do rock)tinha 14 anos e, nessa idade crucial foi exposta à nova cultura emergente.
Radio Caroline?
Podes ouvir agora mesmo, Aqui
Se fores a tempo ainda apanhas Bruce Springsteen que passa agora mesmo.
Basta carregares no botão Listen, no lado direito ao alto. Ou então clicar em Listen Live que está à esquerda como link a seguir a Schedule e esperar para clicar novamente em Low Bandwith e abrindo uma pequena janela ouve-se.
Maravilhas da Internet.
É mesmo. Mas tinha mais piada quando se tentava sintonizar no meio daquelas ondas hertzianas que insistiam em nos dar apenas música árabe da rádio Marrocos.
POis eu ouvia a BBC programa 4 em que aparecia o John Peel. Isto em 1976 ou para aí. Em onda média e com interferências dava para ouvir as novidades que só apareciam por cá, quando apareciam, meses depois.
José, existe agora uma nova rádio, o antigo rádio clube português , que é uma delicia ;-)
96.80
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