segunda-feira, maio 16, 2011

Uma explicação para o estado da Nação

Este artigo de Mário Crespo, no Expresso desta semana:

Só 28% da população portuguesa entre os 25 e os 65 anos completaram o nono ano.' (...) Portanto, de nada valem as imaginativas escolhas políticas dos 1.569 doutorados que Portugal tem ou dos dois milhões e meio de letrados que entendem razoavelmente o que lêem e o que ouvem. São todos sufocados pelos sete milhões e meio que não atingem as subtilezas das compensações fiscais e os méritos dos equilíbrios orçamentais.

É neste grupo que se inclui o formidável lastro de incompreensão dos repetentes na população escolar já com direito a voto que não vão ser sensíveis a apelos que despertem uma ética nacional de trabalho numa cidadania responsável. Muitos deles já são produto de uma geração ela própria sem uma cultura de trabalho onde não há o estigma da vida totalmente subsidiada em permanente estado de inserção social.

Esta gente vota para o lado de onde lhe parecer vir mais dinheiro e menos trabalho. Por tudo isto, ganha debates quem optar pelo discurso orwelliano tipo "eu sou contra o FMI" ou pelo menos "eu fui contra o FMI" ou ainda melhor "eu sou contra o FMI e as agência de rating".
Cria-se um inimigo imaginário e as hordas de jovens de brinco e tatuagens poderão alinhar num novo ódio comum e irracional (...)

Conquistará ganhar este eleitorado em números quem conseguir articular claramente: o FMI é bué da mau pá. Tudo o mais são as minudências que Eduardo Catroga tão eloquentemente verbalizou no que, provavelmente, foi o único discurso político de percepção universal entre o variado eleitorado nacional."

Comentário:

Dantes, no tempo do "fassismo" havia 30% de analfabetos por não saberem ler ou escrever. Mas a terceira classe de antigamente valia o nono ano actual, sem grande exagero e porventura até exagero nenhum.
O que as sondagens nos têm mostrado como intenção de voto é que uma parte do eleitorado atingido de grave deficiência na compreensão de textos escritos, analfabetos funcionais que nem dantes existiam do mesmo modo, irão determinar o resultado das eleições e é a essa camada de analfabetos que José S. tem apelado. Porque só essa camada pode não compreender o grau de mentira, manipulação e aldrabice com que esse Inenarrável os brinda todos os dias. Ainda há bocado no debate com Jerónimo de Sousa deu sobejas provas disso mesmo.

José S. tal como Salazar aproveita a ignorância das pessoas para permanecer no poder. Daí a encenação permanente, o interesse exclusivo pela estatística em detrimento da realidade e da aparência em vez da consistência. Tudo oco, tudo forjado. Uma mentira permanente.

Questuber! Mais um escândalo!