Para estes políticos, fazer política em campanha eleitoral é assim:
Todos os dias têm de arranjar um fait-divers para se iludir a discussão do que verdadeiramente interessa. Todos os dias importa dizer ao público dos comícios, das arruadas e da tv que o partido da oposição é um partido a proscrever no dia das eleições. Para tanto basta um espirro mal dado do candidato do partido a proscrever para que o partido que está, a diversas vozes denuncie imediatamente o falta de educação, ou de preparação ou de espírito e solidariedade democráticas. Hoje é o episódio da perturbação do comício do PS. Uma perturbação que foi arredada à força por gente à paisana, porventura da polícia. Esse facto não se discute porque perturba a mensagem principal: a condenação da perturbação anti-democrática.
Este tipo de fazer política em que este inenarrável Santos Silva anda a fazer mestrado há muito tempo, tem apenas um inconveniente: é gato escondido com rabo de fora. Muito felpudo e sinistro.
O despudor vai ao ponto de se acusar o candidato da oposição como culpado daquilo que o mesmo denuncia, provas na mão. Inverte-se o discurso, nunca se dá o braço a torcer e tolhe-se o adversário na mentira mais descarada porque inacreditável. No tempo que o adversário leva para acordar da ignomínia, tem outro fait-divers em cima, do mesmo género e inventado se preciso for.
É isto o que esse inenarrável preza como sendo "malhar na direita". Uma direita fictícia que lhe serve às mil maravilhas para confundir os eleitores que estão condicionados pela aldrabice permanente.
Esta gente padece da cuca.